A Cloudwalk — a fintech dona das maquininhas de cartão InfinitePay — acaba de levantar US$ 150 milhões numa rodada que avaliou a empresa em US$ 2,1 bilhões.
A Série C foi liderada pela Coatue, a gestora de venture capital americana, e teve a participação da DST Global, A-Star, The Hive Brazil, Plug and Play Ventures e Valor Capital.
Também participaram os investidores-anjo Gokul Rajaram (que hoje é conselheiro da Coinbase e do Pinterest); e Larry Fitzgerald e Kelvin Beachum, ambos jogadores de futebol americano.
A rodada vem apenas seis meses depois da Cloudwalk levantar US$ 190 milhões numa Série B, também liderada pela Coatue.
De lá pra cá, a companhia mais que dobrou o número de lojistas usando suas maquininhas — de 70 mil para 150 mil — bem como o volume transacionado na plataforma. A fintech deve fechar o ano com um TPV de US$ 2,1 bilhões e espera triplicar esse volume no ano que vem.
A expectativa da Cloudwalk era levantar uma nova rodada no final de dezembro ou início do ano que vem, mas a startup decidiu antecipar os planos pela demanda dos investidores e para acelerar o crescimento, o fundador Luis Silva disse ao Brazil Journal.
A capitalização vai para investimentos em marketing e atração de novos clientes, além de financiar o desenvolvimento de novos produtos e soluções ligadas ao universo de pagamentos.
A próxima aposta da empresa é o blockchain.
A Cloudwalk lançou no início do mês uma stablecoin (um tipo de criptomoeda lastreado em alguma moeda real e cujo valor não oscila) e um programa de cashback para os lojistas — ambos rodando em blockchain. No cashback, o cliente dos lojistas recebe um valor em stablecoin sempre que faz uma compra.
“Estamos colocando esse elemento de defi [descentralized finance] e blockchain nos nossos produtos apostando que nos próximos cinco anos o mercado financeiro inteiro vai ser transformado por isso,” disse Luís.
A tecnologia da Cloudwalk permite que o lojista receba os pagamentos por meio da stablecoin da fintech — batizada de Brazilian Digital Real — em tempo real e sem pagar nenhuma taxa transacional.
Depois, tanto o lojista quanto seus clientes poderão usar essa criptomoeda para fazer transferências e compras ou trocá-la por outra criptomoeda, como o Bitcoin ou Ethereum. A stablecoin já é aceita nas 150 mil lojas que operam com a InfinitePay.
Hoje, a Cloudwalk só ganha dinheiro quando alguém troca sua stablecoin por outra cripto. Mas no futuro, “queremos lançar produtos de investimento que vão dar uma rentabilidade pro dono da stablecoin que deixá-la com a gente, e que também vão nos remunerar,” disse o fundador.
A aposta no blockchain tem semelhanças com o que a Square está fazendo nos Estados Unidos. A empresa de pagamentos lançou uma carteira de pagamentos móvel — a Cash App — e tem permitido que seus clientes façam transações e recebam pagamentos em bitcoin sem custos e de forma instantânea.
Luis diz que o foco da Cloudwalk é continuar crescendo no Brasil junto às PMEs pelos próximos dois anos. Depois disso, a fintech deve começar sua expansão internacional pelos Estados Unidos e Europa.
A ambição de Luis para a Cloudwalk é superlativa: ele diz que está construindo uma empresa de “no mínimo” US$ 100 bilhões de valuation e que “ainda estamos nos primeiros segundos da nossa história.”