O lucro da Arezzo&Co bateu as estimativas do mercado em 20%, e a companhia reportou um same-stores sales monstruoso – mais de 54% – num trimestre em que tudo convergiu para a estratégia de marcas do CEO Alexandre Birman.

O lucro da empresa – dona das marcas como Schutz, Anacapri, Alexandre Birman e Reserva – cresceu 160% no segundo tri para R$ 123 milhões.

A receita bruta ficou em R$ 1,2 bilhão, uma alta de 65% e um recorde para o período, mas o que impressiona é a qualidade do crescimento:  22 pontos percentuais vieram de aumento de preços, e 43 pontos do aumento de volumes. 

10799 3093a5f1 6aa2 1e25 5b4b a9f11b3a021eO same-store sales consolidado aumentou 54,4% no trimestre – ainda maior que os 35% do Grupo Soma, que já havia sido bem recebido pelo mercado.

Todas as marcas legado tiveram crescimento robusto. A marca Arezzo, que tem 50 anos e responde por 30% da receita, cresceu 64% no trimestre. A Schutz cresceu 52%, e a Reserva, 75%

O ROIC da Arezzo também impressionou: ficou em 34,5%, “um patamar muito alto para o setor e para uma empresa de varejo como a nossa, que tem vendas meio a meio no B2B e B2C, disse o CFO Rafael Sachete. 

Em outra métrica impressionante, o número de peças vendidas a cada atendimento quase dobrou, de 1,2 para 2,2 peças. 

Alexandre atribuiu essa evolução a três fatores: a sensibilidade de coleção, “que deixou os clientes com vontade de consumir mais”; incentivos à equipe comercial para um maior aproveitamento do cliente; e o aumento das vendas omnichannel na loja, em que o vendedor ajuda o cliente a pedir online um produto que não esteja disponível na loja.

A Arezzo também se beneficiou de uma aposta acertada no marketing.

No fim do ano passado, quando desenhava o orçamento deste ano – já sabendo que teria de repassar o aumento de custos – a companhia decidiu ampliar seu investimento em marketing em 50% “para que as marcas fossem mais lembradas e desejadas”, disse Alexandre. “Isso também explica o fato de termos vendido tantas peças e com preço maior.”

Em outro desdobramento positivo, a Arezzo tem visto um arrefecimento dos custos de insumos, especialmente os derivados de petróleo, usados no solado.  O preço do couro começou a cair.

Como resultado, a coleção de Alto Verão — que está sendo lançada semana que vem — terá um aumento de preço de 10% – comparado a um repasse de 20% na coleção anterior. 

No segundo semestre, a Arezzo planeja ultrapassar a barreira de 1.000 lojas – abrir cerca de 60 e ficando com 1020, sendo 250 lojas próprias. 

Na próxima semana, a Arezzo vai reunir no prédio da Bienal em São Paulo 1.300 lojistas para lançar coleções simultâneas de suas 16 marcas pela primeira vez na história.  O evento segue nos dias seguintes com showrooms de cada marca, e a companhia espera vender R$ 480 milhões durante a semana.