A ALLOS – a gigante de shoppings que nasceu da fusão da Aliansce Sonae com a BR Malls – acaba de vender participações minoritárias em seis shoppings, levantando R$ 443 milhões em mais um desinvestimento destinado à sua recompra de ações.
Desde que começou a vender ativos periféricos, três meses atrás, a companhia já levantou R$ 1,8 bilhão com as vendas – o equivalente a seu EBITDA estimado para este ano.
O CEO Rafael Sales aproveitou a reabertura do mercado para fundos imobiliários, que ocorreu por volta de agosto/setembro, para focar o portfólio da companhia nos shoppings dominantes em suas regiões de atuação.
As vendas anunciadas hoje são 15% do São Luís Shopping; 15% do Carioca Shopping; 10% do Shopping Villagio Caxias; 5% do Plaza Sul Shopping e até 10% do Bangu Shopping; e 30% do Shopping Estação Curitiba, marcando o desinvestimento total do ativo.
Quase todas as vendas feitas pela ALLOS nestes três meses saíram a um cap rate ao redor de 8,5%, baseado no NOI estimado para os shoppings este ano.
Os recursos foram todos destinados à recompra da ação, que negociava a um cap rate de 14% em setembro e agora negocia a 12,5%.
A ação sobe 72% nos últimos 12 meses e tem reduzido seu desconto em relação aos players cujo portfólios são mais voltados para a alta renda. (No mesmo período, Multiplan sobe 48% e Iguatemi, 47%.)
Considerando a média das projeções para 2023 dos analistas que cobrem o setor, a ALLOS já negocia próximo do cap rate de Iguatemi (12%) e com um desconto menor em relação à Multiplan (9%).
A companhia agora vale R$ 15,2 bilhões na Bolsa.