A Absoluto Partners pretende reabrir seu fundo nos próximos dias para levantar cerca de R$ 1 bilhão – o mais recente sinal de que gestores profissionais veteranos consideram os valuations da Bolsa brasileira uma grosseria.
Depois de atingir R$ 12 bilhões no pico do mercado, a Absoluto tem hoje menos de R$ 8 bi sob gestão. O fundo começou a rodar em agosto de 2019 e está fechado desde setembro de 2020.
Os fundadores José Zitelmann e Gustavo Hungria têm dito a clientes que não veem valuations tão baixos desde a crise de 2008. “O mercado está muito barato, muito barato, mas falta um catalisador,” Zitelmann disse a um cliente.
Para a Absoluto, este catalisador é a mudança na postura dos bancos centrais – particularmente do Fed – que se tornaram mais ‘hawkish’ nos últimos meses.
“O bode na sala é a inflação, e a postura leniente do Fed era muito ruim. Agora, essa postura ‘whatever it takes’ é muito melhor, porque resolve o problema mais rápido,” disse ele.
Zitelmann e Hungria acreditam que a queda recente das commodities já é um resultado dessa nova postura, assim como a estabilização da taxa do Treasury de 10 anos ao redor de 3%.
Uma ancoragem das expectativas de inflação a nível global beneficiaria diretamente a carteira da Absoluto, mais focada em nomes domésticos como Localiza e em varejistas como Lojas Renner e e Natura – o setor do mercado que mais tem sofrido desde o começo do ano passado.
O período de reservas será de 1 a 8 de agosto, com a aplicação feita ao longo de agosto e setembro, disse uma pessoa a par do assunto. Cerca de metade da nova capacidade será destinada aos clientes atuais, e a outra metade a novos investidores.
Desde que a Absoluto começou em abril de 2019 até segunda-feira, o fundo sobe 39% contra zero do Ibovespa. A cota cai perto de 15% desde o início do ano, frente a uma queda de 5,4% do Ibovespa.