Discretamente, a gestora escocesa Aberdeen Asset Management se transformou no investidor internacional com maior participação em várias empresas brasileiras como percentual de seu capital total.

A Aberdeen tem cerca de US$ 13 bilhões investidos no Brasil — de um total de US$ 500 bilhões sob sua gestão no mundo todo.

A gestora anunciou na sexta-feira que detém agora 15,5% das ações da Arezzo. A atual fatia é a maior que a gestora já teve, e faz dela a maior acionista individual da Arezzo depois da família Birman, que controla a varejista de calçados, bolsas e acessórios femininos com 52,3% do capital.

As maiores apostas da Aberdeen no Brasil mostram que a gestora continua a acreditar no varejo nacional apesar dos PIBinhos dos últimos anos.

No final do ano passado, além da Arezzo, a Aberdeen tinha 18% do capital das Lojas Renner, quase 17% da operadora de shoppings Multiplan, e 8% de sua concorrente, a Iguatemi.

No varejo de combustíveis, a Aberdeen tem cerca de 11% da Ultrapar, dona dos postos Ipiranga. Isso sem falar em outros nomes — como o Bradesco e a empresa de meios de pagamento Valid — que têm exposição indireta ao varejo. (Veja a tabela abaixo)

A Aberdeen tem escritório no Brasil desde 2009, mas já investe no País há mais de 20 anos.

O investimento da Aberdeen na Arezzo não é novo. Começou em 2011, chegou a 10% do capital da empresa em julho de 2013, e a 14,27% em dezembro. Nos últimos dias, comprou mais um pouco, chegando aos 15,5%.

De um ano pra cá, o investimento está sofrendo: a ação da Arezzo caiu de cerca de R$ 40 para R$ 24. Além da marca homônima, a Arezzo também é dona das marcas Schutz, Anacapri e Alexandre Birman. (Em tempo: a Arezzo divulga seus resultados do primeiro trimestre amanhã de manhã.)

Também acionista da Petrobras, a Aberdeen se aliou a outros fundos internacionais para apoiar a eleição de José Monforte como membro independente do conselho de administração da empresa no início deste mês, substituindo Jorge Gerdau Johannpeter, que estava no conselho há 13 anos.

Na ocasião, a Aberdeen disse que Monforte “poderá colaborar significativamente para a adoção de modelos de gestão que visem ao interesse de todos os acionistas, em particular para a definição de uma política de preços de combustíveis”.

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