A VF Corporation — dona de marcas como Vans, The North Face e Timberland — está pagando US$ 2,1 bilhões pela Supreme, a marca de streetwear e skate que cresceu de uma pequena lojinha na rua Lafayette, em Nova York, para um fenômeno aspiracional dos millennials e da geração Z.

A aquisição dará saída ao Carlyle e ao Goode Partners, fundos de private equity que detinham o controle da empresa. (O Carlyle conseguiu um retorno de mais de 100% em três anos: o fundo pagou US$ 500 milhões por metade da Supreme em 2017.)

As ações da VF subiram mais de 13% com o anúncio.

Segundo as empresas, a transação vai permitir que a Supreme use a expertise e os recursos da VF para alavancar o crescimento da marca, aproveitando-se, por exemplo, da cadeia de suprimentos global do grupo.

Fundada em 1994 por James Jebbia — um ator que nunca andou de skate mas trabalhou em diversas lojas do gênero — a Supreme tem apenas 12 lojas físicas no mundo e não vende em multimarcas (com exceção do Dover Street Market, uma varejista britânica com espaços modernos e foco na experiência). Hoje, mais de 60% das vendas vem do ecommerce.

A Supreme deve faturar US$ 500 milhões este ano, mais que o dobro em relação a 2017, quando faturou US$ 200 mi. A expectativa é que a receita cresça entre 8-10% em média nos próximos três anos.

De imediato, a VF vê oportunidade de expandir a presença física da Supreme e ampliar as parcerias com marcas do grupo. Nos últimos anos, a Supreme já fez diversos collabs com as marcas da VF e vendia tênis da Vans em suas lojas.

No mercado de moda, a Supreme é uma das poucas redes de streetwear que conseguiu criar uma marca verdadeiramente aspiracional.

Com pranchas assinadas por artistas plásticos renomados, como Jeff Koons e Damien Hirst, parcerias com grandes estilistas e uma produção limitada, James transformou seus produtos em artigos de luxo cobiçados pelos jovens — que fazem filas em frente às lojas sempre que chega uma nova coleção.

Uma de suas parcerias mais barulhentas foi com a LVMH, que muitos especulavam que poderia acabar comprando a marca.

No verão de 2018, a Supreme criou uma série de produtos estampados com o monograma da Louis Vuitton em branco sobre um fundo vermelho vibrante, suas cores características. Na coleção feita a quatro mãos, houve quem pagasse R$ 13 mil por uma jaqueta de couro, para depois revender por R$ 60 mil na internet.

ARQUIVO BJ

Supreme: o fenômeno de ‘street fashion’ que já vale US$ 1 bi