7 de set, 2025
O promotor Fábio Bechara, doutor em direito processual penal pela USP e membro do Ministério Público de São Paulo há quase três décadas, tem sido uma das vozes mais influentes na modernização da investigação criminal no Brasil.
Integrante do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e de operações recentes como a Carbono Oculto, Bechara defende uma abordagem que busca compreender o “ecossistema de atividades econômicas ilícitas”.
Durante anos, o foco das investigações foi prender integrantes de facções e apreender bens. Mas isso se mostrou insuficiente. “A contabilidade do Primeiro Comando da Capital na casa de R$ 1 bilhão de reais fez com que todos parassem para pensar: o processo não tem fim. Com muito dinheiro, dá para continuar substituindo as pessoas.”
A partir de 2020, a lógica mudou. “A abordagem passou a ser a economia do crime, mais do que o quem é quem.” E, para isso, é fundamental a cooperação entre diferentes instituições, como Ministério Público, Polícia Federal, Receita, – “sem briga de vaidades”.
O maior desafio brasileiro, afirma, não é a falta de leis, mas a fragmentação do poder. “Nosso grande problema é de coordenação e de difusão da autoridade. A autoridade está difusa.”
O videocast Lado B também está disponível no Spotify.