19 de ago, 2025
A história mostra que um cenário como o atual para a economia americana – de desaceleração leve – beneficia os mercados emergentes, e os ativos brasileiros vêm surfando essa onda. Mas, diante das incertezas externas e dos riscos locais, é cedo para fazer apostas de médio prazo.
“Colocamos o Brasil num basket para ir junto. Mas é preciso observar porque, se o cenário externo é favorável, a política econômica local é bastante ruim,” disse Felipe Guerra, fundador e CIO da Legacy.
André Raduan, sócio da Genoa, destacou um fato positivo recente no Brasil: a atuação do Banco Central. O aumento dos juros, afirmou, mostrou independência e contribuiu para reduzir o prêmio de risco.
Para Bruno Bak, responsável pela família de fundos Artax, do Itaú, os emergentes são mercados conturbados mesmo. Mas justamente por isso é onde estão os maiores prêmios. “Nos bancos lá fora, tem cinco caras operando inflação nos EUA, cada um numa ponta. Competir com isso é mais difícil.”
Hoje, os fundos geridos por Bak e equipe estão mais expostos a Brasil. Guerra está comprado em ações em diferentes mercados – e vê um possível rali da Bolsa americana no fim do ano. Raduan prefere investimentos em moedas e juros.
Nessa mesa redonda, os três gestores – que estão à frente de alguns dos principais multimercados do País – falaram ainda sobre os impactos das sanções americanas e do risco político nos portfólios.