3 de ago, 2023
Mário Mesquita, economista-chefe do Itaú e ex-diretor do Banco Central, afirma que mais importante do que a decisão do Copom foi a divisão entre os membros do comitê e o que isso pode sinalizar para a Selic (e a inflação) no futuro. Dois dos votos minoritários, que votaram por um corte de 0,25, devem deixar o BC ainda neste ano e poderão ser substituídos por nomes de perfil mais dovish. “Não é implausível imaginar que serão diretores com visão mais benigna da dinâmica inflacionária,” afirma Mesquita.
Mesquita, como a maior parte dos analistas, esperava um corte de 0,25. “Mas o corte de 0,5 não foi algo inexplicável. Era algo que vinha sendo considerado pelo mercado,” diz ele. “Não vejo grandes mudanças de cenário no curtíssimo prazo. Porém, caso ocorram cortes numa trajetória mais intensa, o cenário macro será ajustado com base nisso.”
Para Mesquita, o ciclo de cortes começa com as expectativas ainda distantes da meta e há riscos como um mercado de trabalho apertado.