A composição do próximo conselho da Vale mostra que a Previ — dona de 8,4% do capital da empresa — está tentando recuperar sua influência sobre os rumos da mineradora.
Na chapa anunciada hoje cedo, a Previ indicou Daniel Stieler, o ex-presidente da Previ indicado no governo Bolsonaro, além do novo presidente, João Fukunaga.
A Previ foi a único acionista a indicar dois nomes no conselho.
A Vale não tem controlador desde 2019; como corporation, quem decidirá o novo conselho é o mercado, que vai votar nos candidatos e poderá inserir novos nomes, de acordo com a regra. O comitê de nomeação apresentou uma lista com base em critérios de boa governança, considerando os skills que a companhia precisa.
Os acionistas deverão aprovar os candidatos, inclusive o chairman, no dia 28 de abril.
O conselho adicionou dois nomes com vasta experiência internacional no setor: Douglas James Upton, um veterano analista de mineração que trabalhou 18 anos no Capital Group; e Marie Inkster, a ex-CEO da Lundin Minings, uma empresa canadense de base metals.
Outras três novidades são Paulo Hartung, o ex-governador do Espírito Santo que nos últimos anos se tornou um ativista ambiental e preside o Ibá (Indústria Brasileira de Árvores); Luis Henrique Guimarães, o CEO da Cosan, que recentemente comprou 4,9% da Vale; e Shunji Komai, um executivo da japonesa Mitsui, que tem 5,9% do capital da Vale.
Figurinhas repetidas incluem: Fernando Buso Gomes, que está no conselho há 8 anos e é uma indicação da Bradespar; José Luciano Penido, o ex-CEO da Samarco e da Votorantim Papel e Celulose; Manuel Lino Oliveira, um executivo da África do Sul com participação no conselho de várias empresas globais de mineração; Rachel Maia, a ex-CEO da Lacoste e da Pandora no Brasil; e Marcelo Gasparino da Silva, que também é conselheiro da Petrobras, Eletrobras e Eternit.