A possível recessão nos EUA e margens menores do que o esperado nas operações americanas têm feito as ações dos frigoríficos implodir nos últimos dias.
As mais afetadas têm sido JBS e Marfrig, que tem uma grande exposição ao mercado americano. Hoje, os papéis recuaram 4,3% e 4,2%, respectivamente.
Nos EUA, o aperto na oferta de gado para abate aumentou com a virada do ciclo, o que tem representado custos maiores para as empresas e, consequentemente, margens mais apertadas.
A XP Investimentos prevê que o EBITDA da JBS encolha 37% para R$ 8,7 bilhões no terceiro trimestre e o da Marfrig recue 49% para R$ 2,4 bilhões, em comparação ao mesmo período do ano passado.
No caso da Marfrig, a BRF aparece como fator adicional às perdas recentes. A nova aposta de Marcos Molina acumula uma queda de quase 20% apenas nesta semana.
A recuperação de margens esperada para BRF no terceiro trimestre por conta da queda dos preços internacionais dos grãos não ocorreu como previsto e a revisão no preço alvo para os papéis anunciada por Citi e JP Morgan acabou sendo a gota d’água.
Com o market cap da BRF encolhendo R$ 3 bilhões em apenas três dias, já não se descarta no mercado a necessidade de um novo aumento de capital.
Isso teria reflexos diretos na alavancagem da Marfrig, algo que definitivamente não estava nos planos de Molina.
Pelo menos dois analistas que acompanham Marfrig e BRF consideram que o risco de uma nova capitalização é real.
Sem exposição aos Estados Unidos, a Minerva é a que apresenta o melhor cenário, com o BTG estimando um crescimento de 5% no EBITDA do terceiro tri.
O aumento da disponibilidade de animais para abate e preços da matéria-prima mais baixos na maior parte da América do Sul devem favorecer os resultados da companhia.