Na briga dos bancões com as fintechs, o Itaú está rindo por último.
No Itaú Day desta manhã, Roberto Setúbal e Pedro Moreira Salles falaram em um ‘novo momento’ na competição com as fintechs.
Pedro disse que o clima hoje é muito diferente do que se viu nos últimos anos, porque os “modelos de negócios convergiram.”
“Antes as regras não eram as mesmas, havia de alguma maneira uma competição que se dava por mecanismos diferentes,” disse ele. “O mercado mudou. Não é mais assim.”
Agora, “estamos vendo que crescimento é muito importante – e o mercado de capitais financia o crescimento – mas agora o mercado também está olhando para o resultado, tem que dar lucro. E não pode ser lucro muito lá embaixo ou muitos anos à frente,” disse.
Para Pedro, isso significa que os novos concorrentes “que de fato têm ou tinham uma história muito interessante para apresentar” estão agora tendo de se adequar “a um mundo mais parecido com o que a gente vive” e isso está sendo muito percebido dentro do banco.
“A nossa capacidade de competir se tornou ainda maior, melhor e mais competente. Estamos num cenário do banco muito favorável, você não acha?,” Pedro perguntou a Roberto.
“Concordo plenamente”, respondeu o outro co-chairman do Itaú. “A nova concorrência veio num momento de transformação, da pandemia, e hoje com a alta dos juros no mundo todo, com as dificuldades de levantar recursos no mercado de capitais, a inflação… eles também passaram a ter os nossos problemas.”
Segundo ele, primeiro os bancos absorveram o espírito das fintechs, de melhorar o tratamento do cliente e olhar as coisas da sua perspectiva.
“Nós partimos para o ataque. Saímos da defesa, sem nos descuidarmos dela evidentemente, mas fomos conquistar novos espaços no mercado para concorrer pari passu com os novos entrantes, que nos trouxeram desafios a nível de satisfação dos clientes,” disse Roberto. “Sabemos que ainda temos muito a melhorar e evoluir, mas a jornada de foco no cliente já começou e temos temos dado grande apoio a esse direcionamento no conselho.”
Agora, as fintechs estão sendo cobradas pelo mercado a apresentar resultados mais parecidos com os bancos tradicionais, disse Roberto. “O jogo ficou mais igual de uma certa forma”.
“É muito fácil crescer oferecendo preços muito baixos – de certa forma até subsidiados – para atrair o cliente.”