O surfista Gabriel Medina está se juntando ao empreendedor serial Ricardo Siqueira e ao multifamily office Carpa para lançar um fundo de venture capital calcado em ‘media for equity’.
A Kauai Ventures – que foi batizada em homenagem a uma ilha do Havaí – começa a operar hoje com a meta de investir ainda este ano em cinco startups que operem no segmento da Web3.
Os cheques serão de US$ 1 milhão a US$ 5 milhões, podendo ser na forma de mídia, dinheiro ou um misto dos dois.
Ricardo disse que a Kauai está em conversas com empreendedores para investimentos de pre-seed em projetos de fantasy games de surfe e créditos de carbono.
“O crédito de carbono que as pessoas mais conhecem e investem é aquele derivado da preservação das florestas. A gente tá olhando pros chamados ‘blue carbon’, que vêm da preservação dos oceanos e valem 4x mais,” Ricardo disse ao Brazil Journal.
Esse tipo de crédito é gerado pela preservação ou reconstrução de manguezais e corais.
“Eles têm um valor maior porque, ao preservar um manguezal, você está preservando tanto a floresta quanto o oceano,” disse o gestor. “Além disso, o custo para reconstruir esse ecossistema é muito menor. Para reconstruir 1 hectare de floresta você lida com 38 espécies diferentes. Para um manguezal, você lida só com três.”
Na parte de NFTs de esportes, Ricardo disse que a ideia é investir num negócio que faça algo parecido com a Sorare, o unicórnio francês que criou um fantasy game de futebol baseado em NFTs e foi avaliado em US$ 4,3 bilhões numa rodada com o Softbank.
A Kauai quer investir no mesmo modelo de negócio, mas no universo do surfe.
Ricardo conheceu Medina por conta do Surfland, um empreendimento multipropriedade que o empreendedor lançou há três anos em Garopaba e teve Medina como garoto propaganda.
Antes de empreender em real estate, Ricardo fundou a maxiPago!, um gateway de pagamentos vendido ao Itaú em 2014; e a fintech Koin, vendida para a Decolar há dois anos.
“O Medina tinha muita vontade de empreender e começamos a conversar sobre isso no ano passado. A primeira ideia foi fazer um VC tradicional: captar com terceiros e investir… Mas vimos que fazia muito mais sentido usar capital próprio e trabalhar a imagem do Medina [como moeda de troca],” disse Ricardo.
A Kauai é a primeira empreitada de Medina no mundo das startups e do venture capital. O surfista fará parte do comitê de investimento junto com Siqueira e Ian Dubugras, da Carpa.
Medina disse que decidiu criar a Kauai depois de ver “grandes atletas e celebridades que admiro mundialmente se tornando investidores de venture capital, principalmente nos EUA.”
Segundo ele, a decisão de empreender agora tem a ver com o momento de sua carreira.
“O timing é perfeito para mim: estou no auge da minha carreira, pretendo competir por mais alguns bons anos e quero aproveitar isso tudo pra quem sabe, depois da minha carreira de atleta, me tornar um grande investidor.”