O fundo ativista Engine N° 1 conseguiu conquistar dois assentos no conselho da ExxonMobil — abrindo caminho para colocar em marcha uma agenda ESG dentro da empresa que o próprio fundo apelidou de “dinossauro dos combustíveis fósseis.”
O pequeno hedge fund — que tem apenas US$ 250 milhões sob gestão e 0,02% da Exxon — havia indicado quatro nomes para o board com forte background em energias renováveis.
A gestora defende mudanças dramáticas na Exxon, incluindo o compromisso da empresa de se tornar neutra em carbono até 2030, diversificando suas fontes de energia.
Hoje à tarde, a Exxon anunciou que dois dos nomes indicados pela Engine N°1 foram escolhidos pelos acionistas da empresa: Gregory Goff, um veterano com mais de 40 anos de experiência no setor de energia, e Kaisa Hietala, que foi vp de energias renováveis na Neste Oyj, a companhia finlandesa conhecida por seu track record no assunto.
O chairman e CEO da Exxon, Darren Woods, também foi reeleito, assim como outros sete candidatos indicados pelo management. Ainda não está clara, contudo, a composição completa do novo conselho.
A eleição do novo board é uma vitória espetacular para a Engine N° 1 numa das ‘proxys fights’ mais caras dos últimos anos. A Engine lançou sua campanha contra a atual diretoria da Exxon em dezembro passado. De lá para cá, comprou anúncios em diversos veículos, incluindo uma página inteira no The Wall Street Journal.
Segundo o WSJ, a Engine N° 1 gastou mais de US$ 30 milhões com a campanha, enquanto a Exxon gastou outros US$ 35 milhões para defender o status quo e atacar a gestora.