Um investidor ativista da ExxonMobil está propondo mudanças dramáticas na companhia, incluindo um compromisso de neutralizar suas emissões de carbono até 2050, diversificando suas fontes de energia, e a eleição de um novo board.

O hedge fund, chamado Engine No 1, comprou hoje uma página inteira no The Wall Street Journal na qual faz duras críticas à gestão da petroleira.

“A Exxon é a quinta maior emissora de gás carbônico de todos os tempos num mundo tentando zerar suas emissões,” diz o anúncio. “Nenhuma quantidade suficiente de PR e retórica vinda de um conselho que financia dividendos com dívida desde antes da pandemia pode mudar isso.”

A gestora nota que, em algumas décadas, a demanda por petróleo pode ser uma fração do que é hoje, e que o maior risco para os acionistas da Exxon é que “todo o modelo de negócios da companhia carece de uma viabilidade de longo prazo.”

As críticas são o mais novo capítulo de uma disputa que já se desenrola há alguns meses e gira essencialmente em torno da assembleia de acionistas da Exxon, marcada para 26 de maio. Naquela data, os acionistas votarão pela reeleição (ou não) do atual conselho. 

O Engine No. 1 — um pequeno hedge fund com US$ 250 milhões sob gestão e apenas 0,02% da Exxon — defende o voto contra e propõe outros quatro nomes com forte background em energias renováveis. 

O ativista tem o apoio do California State Teachers’ Retirement System (CalSTRS), o poderoso fundo de pensão dos professores da Califórnia, que tem 0,2% da Exxon. Outro investidor, o D.E. Shaw, também quer mudanças na Exxon, mas sua agenda parece mais voltada ao balanço da companhia.

Em meados do mês passado, o management da Exxon respondeu aos ataques do Engine No. 1.

Numa carta enviada aos acionistas da empresa, o chairman e CEO Darren Woods escreveu que o fundo fez “falsas acusações sobre nossos planos e estratégias.” 

“Eles estão propondo iniciativas que vão prejudicar nossa capacidade de gerar os resultados e o fluxo de caixa que necessitamos para pagar seus dividendos, investir no crescimento futuro e trabalhar em tecnologias importantes para ajudar a mitigar a mudança climática.”

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