A BRF começou a executar cortes de custos para alcançar uma economia de R$ 500 milhões/ano, diversas fontes que interagiram com a companhia recentemente disseram ao Brazil Journal.
Os cortes mostram que o novo conselho – encabeçado pelo chairman Marcos Molina e o vice chairman Sergio Rial – está tentando agir rápido depois que a BRF anunciou um resultado desastroso no primeiro tri.
Molina e Rial assumiram os assentos no início de abril e têm estado muito presentes no dia a dia da companhia. Uma pessoa próxima a Molina disse que ele tem dedicado “90% de seu tempo à BRF.”
“O espírito deles é cortar, raquetar o custo infinitamente,” disse um investidor que está estudando o case e tem conversado com a empresa.
A BRF nega a meta de R$ 500 milhões em economias.
Os cortes começaram pela diretoria. A notícia sobre o downsizing foi veiculada hoje à tarde pelo Valor, que disse ter tido acesso a uma lista com nomes de 15 executivos que seriam desligados e que circulou em grupos de Whatsapp da empresa.
A BRF confirmou os cortes na diretoria e disse que atualizou sua estrutura organizacional “levando em consideração as oportunidades de simplificação, agilidade e sinergias decorrentes da maturidade de seus processos internos”.
Outro investidor que teve contato com o management da BRF recentemente disse que a empresa havia falado em reduzir os cargos de diretoria de 66 para 46 – mas uma fonte da empresa notou que alguns destes já estavam vagos. Nessa proporção, a redução na diretoria seria da ordem de 30%.
O movimento na diretoria é apenas o início do movimento, que vai se estender a todos os níveis do grupo.
“A alavancagem da empresa está muito alta,” disse um acionista. No fim do primeiro trimestre, a alavancagem era de 2,8x a geração de caixa, mesmo depois de a dona da Sadia e Perdigão ter captado R$ 5,4 bilhões em um follow-on a R$ 20/ação no início de fevereiro.
Quando reportou o prejuízo de R$ 1,5 bi no primeiro trimestre, o CEO Lorival Luz disse que a BRF implementaria um plano para cortar custos operacionais, simplificando as estruturas para deixar a empresa mais dinâmica. Na ocasião, ele descartou venda de ativos ou fechamentos de fábricas.
A ação da BRF fechou em alta de 2,2%, cotada a R$ 14,53.