A Bionexo — a companhia de softwares para a saúde — acaba de levantar mais R$ 100 milhões com a Bain Capital, reforçando seu caixa para novas aquisições e para expandir as verticais que ela entrou nos últimos anos.
A injeção de capital já havia sido acordada com a Bain em outubro de 2021, quando a gestora de private equity fez seu primeiro investimento na Bionexo.
Naquela época, a Bain investiu R$ 340 milhões na empresa (R$ 200 mi de primária e R$ 140 mi de secundária) e se comprometeu a investir mais R$ 100 milhões em até dois anos caso a Bionexo precisasse de mais recursos.
No primeiro aporte, a Bain avaliou a Bionexo em R$ 1,1 bilhão (post money), a um múltiplo de 5,8x a receita anual recorrente (ARR) da época. No aporte de hoje, o múltiplo foi o mesmo, mas o valuation foi um pouco maior, dado o crescimento do ARR, que passou de R$ 145 milhões para R$ 180 mi.
Rafael Barbosa, o CEO da Bionexo, disse ao Brazil Journal que a companhia já usou boa parte dos recursos da primeira tranche para bancar quatro M&As e o desenvolvimento de uma nova plataforma para seu marketplace de insumos médicos, o principal negócio da empresa.
Com os novos recursos, a ideia é fazer mais M&As que complementam o portfólio, embarcar mais tecnologia nas soluções que já foram adquiridas e expandir a escala da plataforma de ‘ciclo financeiro’ da Bionexo.
Essa plataforma — que foi criada recentemente a partir da fusão de duas empresas que a Bionexo comprou, a Avatar e a Becare — permite que os hospitais e laboratórios tenham visibilidade e façam a gestão do que eles têm a receber das operadoras de saúde.
Hoje, ela responde por apenas 5% da receita da Bionexo, mas o potencial é relevante, segundo o CEO.
“No exterior, tem empresas que faturam bilhões de dólares só com soluções de ciclo de receita. Olhando para frente, ela pode ter o mesmo tamanho do marketplace de insumos,” disse ele.
A Bionexo tem uma meta de chegar a uma receita de R$ 500 milhões nos próximos anos. Desse total, Rafael acredita que a plataforma de ciclo de receita pode representar entre 40% e 50%.
A Bionexo nasceu como um marketplace que conecta hospitais e clínicas com fornecedores de suprimentos médicos. Mas ao contrário da maioria dos marketplaces, ela cobra uma assinatura em vez de um take rate.
Nos últimos anos, a empresa começou a adicionar novas soluções, como planejamento e gestão de estoque; rastreabilidade do estoque comprado; analytics; além de criar um novo marketplace só para órteses, próteses e materiais especiais (OPME).
Desde o primeiro investimento da Bain, a Bionexo fez quatro M&As: a Avatar e BeCare, que foram fundidas para dar origem a plataforma de ‘ciclo de receita’; a Clínica nas Nuvens, uma solução de ERP para clínicas com 1.200 clientes; e a Síntese, um concorrente da Bionexo no marketplace de insumos que adicionou 350 clientes e um GMV anual de R$ 1,5 bilhão.
A nova captação vem um mês depois da Bionexo ter atingido o breakeven pela primeira vez desde sua fundação em 2000.
“Não precisamos mais dos recursos para manter o negócio. Vamos usar tudo para o crescimento,” disse Rafael.