A Zamp contratou Paulo Camargo como seu novo CEO, trazendo um executivo com vasta experiência no mercado de fast food num momento de mudança de estratégia na operadora do Burger King, Popeyes e Starbucks no Brasil.
Paulo trabalhou 11 anos na Arcos Dorados, a operadora do McDonald’s na América Latina, entrando como vp de operações e passando os últimos seis anos como CEO da divisão brasileira.
Ele deixou a posição em julho de 2022 para assumir como CEO da Espaçolaser, onde ficou por quase dois anos, saindo em março deste ano.
Paulo disse ao Brazil Journal que sua ida para a Zamp é um retorno às origens.
“A minha primeira escola, antes do McDonald’s, foi a Pepsico, onde eu trabalhei na Pepsico Restaurants, que virou a Yum Brands. Tive uma experiência muito grande lá com a operação de várias marcas, que é o que queremos fazer aqui,” disse ele.
A contratação de Paulo vem seis dias depois da saída de Ariel Grunkraut, o antigo CEO e um dos cofundadores da empresa.
Paulo assume o cargo em 1 de julho.
A mudança no comando tem a ver com o novo momento da Zamp, que passou por diversas mudanças do ponto de vista de governança e estratégia.
Nos últimos meses, o Mubadala Capital — um braço do fundo soberano de Abu Dhabi — montou uma posição de 58% do capital da companhia e conseguiu aprovar sua saída do Novo Mercado.
Pouco depois, a Zamp fechou um contrato com a matriz do Starbucks para operar a marca no Brasil, depois que o antigo operador — a SouthRock, de Ken Pope — entrou em recuperação judicial.
E, no início deste mês, a Zamp comprou as 140 lojas que a SouthRock já tinha no País por R$ 120 milhões.
A aquisição marcou um shift relevante na estratégia da Zamp. Há um ano, a Zamp havia anunciado que reduziria seu capex, com o objetivo de voltar a ter uma geração de caixa livre positiva.
Com a entrada do Mubadala, a agenda mudou, e a Zamp voltou a buscar uma aceleração do crescimento, que virá principalmente por M&As.
“Queremos ser uma ‘house of brands’ do mercado de alimentação,” disse o novo CEO. “Acreditamos que existe um potencial grande para agregar novas marcas ao portfólio e transformar a Zamp na maior empresa deste mercado no Brasil.”
Segundo ele, a companhia vai analisar diversas oportunidades no setor de alimentação e o objetivo será sempre comprar a marca líder ou a segunda maior dos segmentos em que entrar.
“Você primeiro precisa de boas marcas, mas para fazer isso acontecer você precisa desenvolver pessoas e ter processos bem definidos,” disse Paulo. “Então também vamos trabalhar muito forte nessa frente.”
Sobre a operação do Burger King, a maior marca do portfólio hoje, o executivo disse que uma das metas será “aproveitar essa fase de crescimento para expandir mais na rua, onde nossa presença é menor hoje.”
A ação da Zamp cai mais de 40% desde o início do ano, com a empresa valendo cerca de R$ 900 milhões.