O JP Morgan publicou hoje suas projeções para equities na América Latina em 2022.
O banco está ‘overweight’ apenas no Brasil e Colômbia.
O cenário-base dos analistas para o Ibovespa é de 133 mil pontos no final de 2022, com upside de 26,6%. No cenário bullish, o índice fecha o ano que vem em 160 mil pontos (upside de 52%) e, no bearish, a 102 mil pontos (uma queda de 3%).
No cenário-base, o JP prevê que o lucro das empresas vai contrair 15% no ano, mas o múltiplo de preço/lucro projetado, hoje em 7x, vai voltar para uma média de 11x (implicando uma expansão de múltiplo de 45%).
A analista Emy Shayo não descarta a possibilidade de uma queda ainda maior nos lucros se a Selic subir além do estimado pelo banco. (O JP Morgan vê a taxa básica em 11,75% no final de 2022, e o PIB em -0,2%.)
A analista lembra que, na crise de 2015, os lucros caíram cerca de 40%, mas as empresas vinham de anos de crescimento muito alto. “Os earnings atuais estão no nível mais baixo desde 2015, portanto não acreditamos que seja provável uma queda naquele mesmo patamar”, diz o JP Morgan.
Para a analista, especialmente considerando uma recuperação pós-covid, já há muito risco precificado para o Brasil, com a Bolsa no menor múltiplo em 20 anos por conta de problemas políticos e econômicos, como a inflação e o furo no teto de gastos.
“O Brasil já esteve em situações piores antes (como em 2014-2015) com os ativos mais bem avaliados do que nos níveis atuais,” diz o banco.
As ações preferidas do JP Morgan no Brasil são XP, JBS, Raia Drogasil, Vale, Petrobras, Lojas Renner e Ser Educacional.
“Nossas preferências temáticas são por empresas de múltiplo baixo e consolidadores com muito crescimento doméstico, considerando que o crescimento orgânico vai ser mais desafiador num ano de baixo crescimento e juros em alta.”