À primeira vista, José Galló não me parecia o candidato ideal. Pensei: “Para conseguir comandar uma empresa do porte da Renner, o cara deve ser um perfeccionista, um detalhista, quem sabe até um ‘control freak’, e não vai nos deixar trabalhar…”
Expliquei a proposta e, felizmente, Galló também aceitou tomar o risco.
Reuni a equipe da Bambalaio — um coletivo de vídeo que já fez ótimos trabalhos para a Piauí — e, com três câmeras na mão (e a ideia de comer um churrasco na cabeça), desembarcamos em Porto Alegre na tarde do dia 3 de dezembro.
No dia seguinte, encontramos Galló às 7:30 em sua casa. Colocamos um microfone em sua lapela e passamos a acompanhar seu dia de trabalho.
Olhando de fora, o CEO da Renner tem cara de durão, e um sorriso seu pode ser raro.
Mas o Galló que emergiu ao longo daquele dia é um sujeito sensível, bem humorado, reflexivo… e que sabe exatamente o que quer para sua empresa e sua vida.
O título do filme deu a muita gente a impressão de que se trata de uma série sobre o varejo. Temos, sim, outros personagens do varejo em mente, mas o título se refere a outra coisa: Galló costuma dizer que os funcionários da Renner são os ‘heróis’ da empresa.
O filme que estamos colocando no ar hoje é o primeiro do que, espero, será uma série.
Dizem que o brasileiro ‘não perdoa o sucesso’: ao contrário dos EUA, nossa sociedade não comemora o sucesso material, e a vida empresarial é cercada por mistificação e preconceitos.
Existe demanda por mais conteúdo de qualidade sobre o mundo dos negócios, uma sede por saber mais sobre as empresas, suas estratégias e lideranças.
Com nosso trabalho diário e com filmes como este, o Brazil Journal quer ajudar na construção de um novo olhar sobre o capitalismo brasileiro.