A Zubale, a startup mexicana que oferece ferramentas para turbinar o delivery de varejistas, acaba de receber um aporte de US$ 25 milhões.

O novo aporte — uma extensão da Série A que injetou US$ 40 milhões na empresa em abril de 2022 — foi liderado mais uma vez pela QED Investors, a gestora de venture capital de Nigel Morris, o cofundador do Capital One, um gigante do crédito ao consumidor nos EUA.

Outros investidores da rodada anterior, como NFX, Kevin Efrusy e Maya Capital (a gestora de Lara Lemann e Mônica Saggioro), participaram novamente da operação.

“Desde que recebemos o aporte, a empresa cresceu sete vezes no Chile e quatro vezes no Brasil,” Sebastian Monroy, CEO e co-fundador da empresa, disse ao Brazil Journal. Hoje a Zubale opera também na Colômbia, Costa Rica e Peru.

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Nesse período, grandes players do varejo brasileiro, como o Carrefour e o Cencosud, e redes regionais como o Zona Sul, do Rio, e o SuperNosso, de Minas, se tornaram clientes da Zubale. 

Parte dos recursos da nova rodada será direcionada para expandir a operação no Brasil em três frentes: avançar geograficamente, atender novos segmentos do varejo (farmácias, por exemplo) e oferecer mais soluções para os atuais clientes – nem todas as lojas de Carrefour e Cencosud utilizam a plataforma da Zubale.

“O varejista de groceries, que trabalha com produtos perecíveis, depende da loja física para escalar seu e-commerce. E para que uma loja física se transforme numa omnichannel e seja capaz de processar os pedidos dos canais digitais, ela precisa de tecnologia,” disse Thiego Goulart, o country manager da Zubale. 

A empresa tem três tipos de soluções para o varejo físico que quer se digitalizar: um software que melhora a experiência de compra do consumidor por meio do Whatsapp; outro software que ajuda a aumentar a produtividade nas operações de ecommerce, com foco na coleta, embalagem e entrega; e uma rede de freelancers que selecionam os produtos das compras virtuais nas lojas e fazem o delivery, os chamados zubaleiros.  

São 100 mil zubaleiros cadastrados nos seis países em que a empresa atua – no Brasil, são apenas 3 mil, mas a empresa planeja centrar esforços em recrutar mais. 

“Pretendemos atrair mais de 10 mil zubaleiros em 2024 através de plataformas digitais e de comunicação,” disse Goulart. 

Assim como ocorre com entregadores do iFood, do Rappy e de outras plataformas de delivery, os zubaleiros são autônomos e não mantêm vínculo empregatício com a companhia. O tema ganhou força nos tribunais brasileiros nas últimas semanas.

Em setembro, a 6ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) reconheceu o vínculo empregatício entre um entregador e a Rappi. A decisão foi derrubada nos últimos dias pelo ministro do STF, Cristiano Zanin, negando assim o vínculo de emprego ao motorista. 

A Zubale disse que está acompanhando a discussão. “Temos que ser criativos pois a legislação não está estruturada para o futuro do trabalho, uma vez que foi criada para o trabalho de décadas atrás, mas a Zubale sempre vai cumprir a lei dos países em que opera,” diz Monroy.

Nos últimos meses, houve também uma mudança no modelo de gestão da empresa. Monroy, que dividia a posição de CEO com a co-fundadora Allison Campbell, assumiu a liderança. Allison continua sócia da startup mas deixou o dia-a-dia. 

“O modelo de um único CEO nos permitirá ir muito mais rápido,” disse Monroy.