O Nubank acaba de fechar uma parceria no México com a rede de supermercados Soriana, permitindo que seus clientes façam depósitos de dinheiro na Cuenta Nu em qualquer uma das 700 lojas da empresa.

A parceria resolve um dos grandes gargalos do Nubank para crescer no país, onde o dinheiro físico ainda é predominante entre a população. 

Os depósitos serão limitados a 5.000 pesos mexicanos (R$ 1.500 no câmbio de hoje) e poderão ser feitos sem o uso do cartão de crédito e sem demandar o número do cartão. 

O cliente vai usar um QR Code gerado pelo próprio aplicativo do Nu, com o qual o caixa da loja conseguirá fazer o depósito. 

O Nubank disse que a parceria vai ser implementada de forma escalonada, começando com algumas poucas lojas e clientes, para colher feedbacks, e escalando para toda a base de clientes e rede da Soriana conforme o negócio for amadurecendo. 

A parceria é relevante porque o México é um país que ainda depende muito do dinheiro físico. Para se ter uma ideia, a penetração do cartão de crédito é de apenas 12% da população, em comparação a 49% do Brasil. 

O México também é a próxima fronteira de crescimento do Nubank, depois do banco digital ter consolidado sua presença no Brasil. 

Na semana passada, o Bradesco BBI já havia especulado que o Nubank poderia fechar uma parceria do tipo, mas esperava que o acordo fosse com o Oxxo, que tem mais de 21 mil lojas no México, ou com o Walmex, que tem quase 3 mil. 

Por conta disso, o Bradesco disse que achou o anúncio “ligeiramente negativo”, dada a baixa escala da Soriana para os planos ambiciosos de crescimento do Nubank para o país. 

“Dada as fortes ambições de crescimento do Nubank no México, acreditamos que novas parcerias com varejistas ou ATMs de outros bancos serão necessárias para garantir uma presença mais ampla no país,” escreveu o banco.

Os analistas também disseram que o anúncio foi na direção certa, mas que é preciso entender os economics por trás da operação.

No final do ano passado, o Nubank tinha 5,2 milhões de clientes no México — uma fração dos 89 milhões de clientes no Brasil, mas um número relevante para uma operação que começou em 2019.