A XP acaba de levantar um SPAC de US$ 200 milhões, uma iniciativa liderada por seu head de private equity, Chu Kong — cujo histórico inclui ter sido o primeiro investidor de private equity a apostar na XP ainda em 2010, quando trabalhava na Actis.
O XPAC Acquisition Corp começa a negociar amanhã na Nasdaq sob o ticker “XPAXU”, e terá dois anos para encontrar e se fundir com uma companhia privada, trazendo-a para a Bolsa num processo conhecido como ‘de-SPACing’.
A oferta foi precificada ao preço padrão de US$ 10 e atraiu uma fatia relevante de investidores locais, mas os percentuais exatos não são conhecidos porque a alocação ainda estava em curso agora à noite. Os investidores também receberam warrants que dão direito de aumentar sua posição pagando U$ 11,50 por ação dentro de cinco anos.
Vendendo a qualidade de seu time de private equity e acesso a um deal flow monstruoso, a XP conseguiu captar mesmo em meio ao banho de sangue em que se transformou o mercado de SPACs de abril para cá, quando diversas ofertas ficaram pelo caminho.
O management do XPAC coincide com o time de private equity da XP: Chu é chairman e CEO; Guilherme Teixeira, ex-Vinci, é o CIO; e Fabio Kann, ex-Carlyle, é o CFO.
O trio colocou de pé o primeiro fundo de private equity para investidores de varejo — algo inédito até nos EUA — com um investimento mínimo de R$ 150 mil que atraiu 5.400 cotistas.
Em pouco mais de um ano em operação, o fundo originou mais de 500 oportunidades e fechou cinco investimentos.
O XPAC provavelmente buscará um alvo nos setores em que o time já tem histórico: serviços financeiros (investiram na XP e Stone), saúde (Odontoprev, Centro Brasileiro de Visão, Cura), consumo e varejo (Beyoung, Madero) e educação (Vitru e Cruzeiro do Sul).
Além de Chu, os outros membros do conselho são Ana Cabral Gardner, fundadora da A10 Investimentos e co-chairman da Sigma Lithium; Camilo Tedde, CEO da GSK Consumer Healthcare; Denis Pedreira, head da Naspers na América Latina; e Marcos Peixoto, da XP Asset.