A XP atualizou sua cobertura de papel e celulose, elevando Klabin e Irani de ‘neutro’ para ‘buy’ – com upsides potenciais de 33% e 26%, respectivamente – e colocando a Suzano como a top pick do setor, com upside potencial de 55%.
As units da Klabin e a ação da Suzano fecharam em alta de 1,6% e 1,2%, respectivamente; a Irani ficou estável.
Os analistas Lucas Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano disseram que apesar da preocupação dos investidores com a continuidade da queda dos preços da celulose, é possível ver uma estabilização de preços e até um cenário mais positivo à frente.
Segundo a corretora, há uma perspectiva sólida tanto para volume quanto para os preços de papéis e embalagens a partir do ano que vem.
Mesmo com o esperado aumento de oferta com grandes novos projetos intensificando a produção – como o Cerrado, da Suzano –, a XP vê um cenário positivo.
“Considerando as condições de oferta e demanda no futuro – que esperamos ser mais restritas devido à baixa disponibilidade de terras e/ou altos custos de cavacos de madeira – acreditamos que agora é o momento de aumentar a exposição ao setor,” escreveram os analistas.
Para os analistas, a Suzano está bem posicionada para se beneficiar de um potencial ponto de inflexão no ciclo da celulose, com um significativo aumento de fluxo de caixa após a aceleração do Projeto Cerrado.
Para a XP, a ação da Suzano negocia a um múltiplo EV/EBITDA de 5x para os próximos doze meses – “abaixo do que consideramos um nível justo de 6x e do histórico de 7x.”
Por isso, a corretora decidiu aumentar o preço-alvo da Suzano de R$ 73 para R$ 85.
A Klabin, assim como a Suzano, também deve se beneficiar da visão positiva para os preços da celulose e de um aumento da demanda para os negócios de papel e embalagens.
A XP elevou o preço alvo das units da Klabin de R$ 24,50 para R$ 27.
Segundo os analistas, a empresa deve ter uma redução da alavancagem e uma expansão do EBITDA nos próximos anos após a aquisição dos ativos florestais do projeto Caetê e a aceleração de outros projetos da empresa para aumentar a eficiência na produção de papel e embalagens.
Dessa maneira, a alavancagem da empresa deve cair de 4,1x neste ano para 3,5x em 2026. Já o EBITDA deve sair de R$ 7,2 bilhões neste ano para R$ 8,7 bilhões em 2026.
“Vemos espaço para o valuation permanecer no nível de 7x EV/EBITDA e uma possível mudança na alavancagem impulsionando o potencial de valorização das ações,” escreveram.
Já a Irani, apesar do upgrade, foi a única das empresas que teve o preço alvo reduzido – foi de R$ 12 para R$ 9,50. Como a ação da fabricante de embalagens caiu cerca de 31% desde janeiro, a XP acredita que surgiu um ponto de entrada.
“Vemos os múltiplos EV/EBITDA futuros em cerca de 5x, juntamente com nosso crescimento projetado de EBITDA de 28% para o período entre 2024 e 2026,” escreveram os analistas.
Os ganhos da Irani devem vir de uma demanda doméstica mais favorável para o papelão ondulado e também a aceleração da plataforma Gaia – um conjunto de projetos feitos para trazer mais eficiência e produtividade para a Irani.
Por outro lado, os maiores preços do papelão reciclado (OCC) devem impactar as margens da companhia.
As ações da Suzano caem 4% nos últimos 12 meses e a empresa vale R$ 70 bilhões na B3.
A Klabin perde os mesmos 4% no período e vale R$ 25,5 bilhões.
A Irani cai 37%, com um market cap de R$ 1,75 bilhão.