O ano passado terminou com uma mensagem dura da direção da XP e especialmente do fundador e presidente do conselho Guilherme Benchimol à equipe.
Na reunião Vamos, da qual participa toda a empresa de forma remota, a mensagem central foi a de que a companhia precisa de mais ajustes para se adequar a um ambiente econômico difícil.
Os ajustes incluem demissões, que começaram no fim de 2022, continuam este ano e podem chegar a 10% do quadro de cerca de 7 mil funcionários, pessoas a par do assunto disseram ao Brazil Journal. No mercado, fala-se num número mais próximo de 1.000 pessoas.
“A prioridade era crescer; agora é eficiência”, disse um integrante do alto escalão. “Todas as áreas estão buscando isso.”
A XP também deve abandonar ações vistas por alguns executivos como extravagantes e com baixo retorno financeiro. É o caso, para citar um exemplo, do patrocínio à Farofa da Gkay, uma festa da influenciadora Gessica Kayane que aconteceu em dezembro em Fortaleza.
Quando o senior management foi confrontado a respeito desse tipo de gasto num ambiente de escassez, Benchimol respondeu que as coisas mudaram.
“Agora é suor e lágrimas,” o fundador da XP disse na reunião, segundo o relato de participantes. Todos terão de “fazer mais com menos”, disse Benchimol, usando uma frase que gosta de repetir.
A XP dobrou a quantidade de funcionários e fez uma série de aquisições durante a pandemia, quando os juros caíram e as plataformas de investimento recebiam um enorme fluxo de recursos.
“Houve alguns exageros e isso se refletiu nos resultados. É preciso corrigir,” outro executivo da companhia disse ao Brazil Journal.
Depois de bater num pico de US$ 53 em 2021, a ação da XP hoje negocia perto de US$ 16, próxima do low recente de US$ 13,80.