Chamou a atenção do mercado uma movimentação feita por controladores da Metalúrgica Gerdau e da Gerdau SA no mês passado.
Entre os dias 11 e 20 de outubro, um “controlador” não especificado comprou, por meio de um swap, 15 milhões de ações da metalúrgica – e, nos mesmos dias, ficou short em 6,8 milhões de ações da Gerdau SA.
O notional da operação é de R$ 130 milhões; o investidor não-identificado vai ganhar ou perder com a variação do preço desta posição.
As duas transações são, na prática, uma arbitragem de valor entre as duas empresas – uma aposta de que uma vai se valorizar e a outra, se depreciar – e são um movimento pouco usual para um controlador de empresa listada.
A Gerdau disse ao Brazil Journal que não pode comentar sobre operações feitas por controladores individuais e que “toda informação requerida foi prestada nos termos da regulamentação aplicável e das práticas da empresa.”
Para ganhar dinheiro, uma operação como essa se beneficiaria, por exemplo, de uma fusão entre os dois veículos da Gerdau – desmontando a estrutura de controle alavancado pela qual a família Gerdau controla a Gerdau SA por meio da Metalúrgica.
Há muitos anos o mercado especula sobre um possível “colapso” – como o mercado chama a fusão entre os dois veículos – já que a Metalúrgica historicamente negocia a um desconto de 15% a 20% em relação à Gerdau.
Não é incomum controladores aumentarem sua exposição ao veículo mais depreciado. Nos anos que precederam o colapso da Cosan Limited com a Cosan SA, Rubens Ometto gradualmente aumentou sua exposição à Cosan Limited (o veículo que negociava com desconto), mas nunca shorteou a outra empresa.