A nova boutique de wealth management do time que deixou o Credit Suisse em julho terá o nome provocativo de WHG e espera ter R$ 20 bilhões sob gestão no final do ano que vem.

A WHG, na qual a XP terá 49%, já começou a atender alguns clientes na estrutura da XP, e estará fully operational assim que obtiver as licenças da CVM e Banco Central. A casa vai focar no segmento de ultra high, atendendo clientes com pelo menos R$ 20 milhões em liquidez. 

10917 89cccdeb 8798 4f4b 3b7e 14c1c5431a58(Executivos da casa dizem que WHG significa ‘Wealth High Governance,’ e não tem nada a ver com CSHG, o acrônimo de Credit Suisse Hedging-Griffo).

Marco Aurélio Abrahão, o ‘Maculé’, que trabalhou 26 anos no private do Credit Suisse, será o CEO da WHG, que começa com 30 funcionários e deve terminar o ano que vem com 70. 

O estrategista-chefe da casa será Tony Volpon, o ex-diretor do Banco Central e até recentemente economista-chefe do UBS no Brasil. 

Na segunda quinzena de janeiro, a WHG vai anunciar seu chief investment officer bem como os times de equities (com viés global) e produtos alternativos (real estate e infraestrutura).

Eric Cardozo, o CFO/COO da WHG, disse que em vez de se plugar numa estrutura existente a nova boutique optou por construir sua estrutura própria — incluindo gestora e DTVM — o que lhe dará mais flexibilidade para customizar produtos. 

“Achamos que existe uma lacuna no mundo de private banking: uma casa com a agilidade dos independentes, uma estrutura completa, anos de experiência e uma expertise global,” Cardozo disse ao Brazil Journal

No Credit Suisse, os executivos da WHG atendiam mais de mil famílias no segmento de ultra high com um total de R$ 250 bilhões sob advisory. 

Para evitar o churn de bankers que costuma irritar os clientes nesta indústria, a WHG está amarrando boa parte de seus executivos num modelo de partnership de longo prazo. 

“Não duvido de um IPO da WHG nos próximos anos,” disse Guilherme Benchimol, CEO da XP. “É muito cedo para falar de forma concreta, mas se conseguirmos entregar os planos de três a cinco anos que temos, a empresa ficará apta para isso.”

A debandada do time do Credit Suisse em julho foi o estopim de uma série de movimentações no mundo da gestão de fortunas, que incluiu o BTG tirando executivos do private da XP, a XP investindo na WHG, e a criação de outra gestora por Sylvio Castro, o ex-CIO do Credit Suisse.