A Vulcabrás precificou agora à noite seu follow-on a R$ 18,50 — levantando R$ 500 milhões para se recapitalizar depois de pagar dividendos robustos e aumentar a liquidez do seu papel.

A oferta-base foi de R$ 250 milhões, mas a empresa optou por exercer o hot issue, o que dobrou o tamanho da oferta.

Pedro BartelleSegundo uma fonte a par do assunto, a demanda superou em 3x a oferta, com investidores locais dominando o book. Do total, 70% foi para gestoras locais, e 30% para fundos internacionais. 

Como a demanda foi grande, a família Grendene Bartelle — que controla 70% da Vulcabrás e havia se comprometido a colocar até R$ 175 milhões — acabou colocando metade desse valor, abrindo espaço para o mercado.

Os âncoras da oferta foram as gestoras Absolute, Moneda e Norte.  

A Vulcabrás — que é dona da marca Olympikus, e de licenças para as marcas Mizuno e Under Armor no Brasil — disse ao mercado que o principal objetivo da oferta é aumentar a liquidez do papel, que negocia hoje uma média de apenas R$ 12 milhões por dia. 

Com a oferta, a expectativa é que essa liquidez pelo menos dobre, com o free float subindo de 30% do capital para 35%

Outro objetivo da Vulcabrás é se recapitalizar depois de ter distribuído R$ 373 milhões em dividendos extraordinários no mês passado. 

O preço da oferta, de R$ 18,50, foi o mesmo indicado pelo controlador quando se comprometeu a participar do follow-on — e é igual ao preço do fechamento de hoje. 

Segundo uma fonte envolvida na oferta, “o mercado acabou ficando mais difícil nos últimos dias, o que tirou um pouco da margem de manobra.”

A Vulcabrás vale R$ 5,7 bilhões na Bolsa. A companhia deve fazer um EBITDA de R$ 700 milhões este ano.