A VTEX acaba de adquirir a Weni – uma empresa que oferece soluções de atendimento ao cliente usando inteligência artificial – numa transação pequena mas de relevância estratégica para a companhia de Geraldo Thomaz e Mariano Gomide.
A Weni opera no mesmo mercado de empresas como a Take Blip, a Zendesk e a Salesforce, atendendo 160 clientes, incluindo empresas como a Stone, Cencosud, Raízen e Cruzeiro do Sul.
Fundada em 2012 em Maceió, a Weni criou uma plataforma que se conecta a canais conversacionais, como o Whatsapp e o Messenger do Instagram, entendendo as demandas dos clientes das empresas e buscando encontrar uma solução.
O valor da aquisição não foi revelado, mas fontes próximas ao negócio disseram ao Brazil Journal que foi menos de US$ 5 milhões, e que há um earnout para os cinco fundadores dependendo dos resultados dos próximos três anos.
Todos os fundadores — Leandro Neves, John Cordeiro, Daniel Amaral, Bruno Amaral, e Rinaldo Amaral — vão continuar na VTEX como executivos, já que a Weni se tornará uma unidade de negócios independente dentro da empresa de ecommerce.
Para a VTEX, a aquisição se encaixa dentro de sua estratégia de se transformar no “backbone do ecommerce conectado” — entregando soluções que atendam os clientes nas três etapas da jornada de compra: o engajamento, a conversão e o pós-venda.
“Já somos muito fortes na conversão, e já estamos explorando o engajamento com nossa solução de retail media. Mas no pós-venda ainda tínhamos poucas soluções,” Alexandre Soncini, o co-fundador e chief of staff da VTEX, disse ao Brazil Journal.
Com a Weni, a VTEX pretende suprir esse gap, passando a oferecer uma solução de pós-venda que melhore a experiência do consumidor final ao mesmo em que reduza os custos dos varejistas com call center — que hoje giram em torno de 7% a 10% da receita.
Segundo Alexandre, o plano é passar a oferecer a solução da Weni para os 2.600 clientes de ecommerce da VTEX e a expectativa é que 20% a 30% da base contrate a solução nos próximos 3 anos.
O executivo disse ainda que a VTEX vai mudar o modelo de precificação da Weni, que hoje é baseado em volume, assim como o de todos os outros players desse mercado.
“Vamos adotar uma precificação ‘outcome based’,” disse ele. “Para cada interação que tivermos com os clientes dos nossos clientes que conseguirmos resolver o problema sem ir para o atendimento humano, vamos cobrar um fee de sucesso, que vai ser o grosso da nossa remuneração.”
Para ele, esse modelo vai alinhar mais os interesses da empresa com o de seus clientes.
“Quando eu cobro por volumetria, os interesses divergem porque para mim o mais interessante é que os clientes mandem cada vez mais mensagens e não que os problemas sejam resolvidos.”
Além de atender a base de clientes da empresa no Brasil, a VTEX quer levar a Weni para os Estados Unidos, onde a companhia está focada — entre outras coisas — em crescer no setor de supermercados.
No Brasil, a Weni atende a rede de supermercados Prezunic com uma solução que Alexandre acredita que possa fazer sentido para os varejistas americanos.
“Quando um cliente faz uma lista do mês no ecommerce da Prezunic e escolhe um produto de uma marca, mas na hora da separação não tem o produto dessa marca, e sim de outra parecida, o sistema da loja manda um aviso para a Weni, que manda um Whatsapp para o cliente perguntando se pode ser feita a substituição,” disse o executivo. “Essa solução poderia fazer todo sentido para os clientes que temos nos EUA.”
A Galapos, subsidiária da XP focada no middle market, assessorou os acionistas da Weni na transação.