A Volpe Capital — a gestora de venture capital fundada pelo ex-Softbank André Maciel — acaba de fazer o ‘first closing’ de seu primeiro fundo.
A gestora levantou US$ 60 milhões e já tem demanda para outros US$ 20 milhões praticamente garantida. O fundo tem um target de US$ 100 milhões e capacidade máxima de US$ 150 milhões.
A Volpe terá cinco temas principais — software as a service (SaaS), educação, fintechs, consumo e healthcare — e um portfólio mais concentrado que os VCs tradicionais: de 10 a 15 investimentos com cheques de US$ 5-10 milhões.
Além de Maciel, os outros sócios da Volpe são Gregory Reider — que liderou os investimentos da Warburg Pincus na Petz (retorno de 10x) e na Sequoia (5,6x) e antes trabalhou no BR Partners e na Och-Ziff Capital Management — e Milena Oliveira, que assessorou o Softbank em diversas transações pelo Pinheiro Neto, onde também trabalhou na compra da Easynvest pelo Nubank e da SmartFit pelo Pátria.
Os três sócios estão se comprometendo em aportar 10% do fundo no first closing, uma participação rara entre fundos de VC.
No ano passado, quando ainda estava na Warburg, Gregory viu duas oportunidades de investimento que, por serem cheques pequenos, não passaram no filtro da gestora: a Enjoei e a GetNinjas.
A solução: pediu demissão e montou um veículo que investiu nas duas.
Agora, a Volpe pretende seguir uma estratégia semelhante, transitando numa faixa menos congestionada do venture capital brasileiro: aquela que fica entre os VCs de early stage numa ponta e os grandes fundos de private equity na outra. “São deals que são pequenos demais para os grandes mas não cabem no bolso dos early-stage,” André disse ao Brazil Journal. “Vamos ser completamente agnósticos.”
A Volpe pretende olhar companhias com um modelo de negócios já bem definido, um ‘unit economics’ rentável e prontas para uma due diligence. “Isso pode ser uma Série A, C ou até uma empresa que nunca fez uma rodada antes,” disse Gregory. “Queremos sair do modelo de VC atual, que é muito focado no cara que se formou em Stanford e está copiando um modelo que já deu certo lá fora.”
A Volpe pretende evitar “empresas com alta necessidade de capital, por exemplo as que operam crédito. Queremos focar em negócios que dá para escalar sem grande demanda de capital.”
Maciel fundou a Volpe depois de dois anos no Softbank Latin America Fund, onde esteve à frente do investimento no Inter, que até agora rendeu mais de R$ 4 bilhões para o fundo.
O conselho da Volpe é formado por Eugênio Mattar (chairman da Localiza), João Vitor Menin (CEO do Inter), Renato Mazzola (head de investimentos alternativos no BTG), e Alessio Alionco (o fundador do Pipefy).