A recente troca atrapalhada no comando da Vivara já ficou no passado e o Citi está otimista com a ação da rede de joalherias, iniciando a cobertura do papel com um ‘buy’.

O banco definiu o preço-alvo em R$ 31 – um upside potencial de 30% em relação ao preço de tela. 

A ação da Vivara cai 1,9% no início desta tarde em linha com o movimento de aversão a risco nos mercados. 

Os analistas João Pedro Soares e Felipe Reboredo definiram a Vivara como um “diamante bruto” e a colocaram como uma das melhores varejistas listadas na Bolsa, dada sua participação de mercado superior a 20% no setor de joias. 

Os motivos para o otimismo: expectativa de crescimento forte da receita nos próximos anos; um negócio resiliente pela exposição às classes mais altas; e os altos retornos em seus produtos. 

O banco calcula um CAGR de 17% nos próximos três anos e de 14% em cinco anos – vindo principalmente da expansão da Life By Vivara.

Como a Life tem um ROIC superior ao visto nas lojas da Vivara – 50% contra 30% –, os analistas enxergam que os retornos marginais da Vivara devem aumentar conforme a expansão da Life seja acelerada. 

Nas contas do Citi, a Life representará 36% do total de vendas da Vivara até 2029, ante os 17% de hoje. 

Após um encontro com a direção, os analistas do Citi disseram que a estratégia central da companhia permanece a mesma: crescer no Brasil e, principalmente, por meio da Life. 

Ou seja, a internacionalização (que era a vontade do fundador Nelson Kaufman quando tentou voltar ao cargo de CEO) vai ficar para um segundo momento. 

“Essas lojas [no exterior], caso abertas, serão um projeto piloto e não devem envolver uma grande alocação de capital,” escreveram os analistas. “Nos encontramos com a gestão e saímos com a impressão de que a estratégia central de expansão permanece praticamente inalterada.”

Entre os riscos, os analistas apontam as incertezas relacionadas à reforma tributária, a volatilidade do preço do ouro e uma possível diminuição nas margens da Vivara. 

“Nós entendemos que a gestão planeja aumentar o estoque da Vivara para melhorar os impactos da conversão,” escreveram.

O Citi vê a Vivara negociando a 11x seu lucro estimado para 2025, ante uma média de 20x de concorrentes internacionais.

A ação da Vivara cai 20% nos últimos doze meses, com a varejista valendo R$ 5,5 bilhões na B3.