Em meio a um cenário de Bolsa em alta mas investidores locais ainda céticos, a Vinland decidiu investir na sua estratégia de ações. 

A gestora contratou quatro profissionais de renda variável este ano, todos saídos da J. Safra Asset Management: os gestores Rodrigo Andrade e João Paulo Caruso e os analistas Thiago Rolo e Vinicio Huang

Com isso, a área de ações da Vinland passa a ter seis pessoas sob o comando de Andrade, que se tornou um dos principais sócios da casa. Ele passou os últimos oito anos no Safra, onde fazia a gestão dos fundos da família Kepler, todos long & short e com um patrimônio somado de cerca de R$ 2 bilhões.

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“Agora temos uma identidade em equities, ao contratar uma equipe já formada, com ótimo histórico e uma estratégia clara para os fundos,” James Oliveira, o fundador da Vinland, disse ao Brazil Journal

O novo time ocupa a lacuna deixada por André Laport, que fundou a Vinland com James em 2018 e era responsável pela estratégia de ações até setembro do ano passado, quando deixou a gestora. Desde julho, ele é o head de América Latina do hedge fund Schonfeld Strategic Advisors.

A decisão de reforçar a área de ações se deve menos à expectativa para a Bolsa e mais ao objetivo de James de ter uma casa multiproduto. 

“O mercado é cíclico e os fluxos giram entre diferentes classes de ativos. Ser diversificado é o que garante a perenidade do negócio. Precisamos atender bem os clientes nos diferentes momentos do ciclo,” disse James.

A Vinland – que hoje tem R$ 14,7 bilhões em AUM – também contratou este ano mais dois gestores para a área macro, especializados em juros: Raphaela Spilberg, que saiu da SPX, e Maurício Jesus, ex-Mar Asset e BTG Pactual. 

Andrade e sua equipe já começaram a mudar a estratégia dos fundos de ações – um long only e um long bias lançados em 2018 e um long & short aberto em janeiro deste ano. 

A estratégia é ter carteiras mais diversificadas, com dezenas de papéis, e compostas principalmente por ações líquidas, o que permite trocar de posição rapidamente quando o mercado muda.

Além disso, os fundos passaram a seguir mais de perto o Ibovespa. “Vamos acompanhar o benchmark. Não queremos ter fundos de ações que ficam 20% acima ou abaixo do índice.”

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As principais posições – dada a volatilidade gerada pela expectativa eleitoral e as constantes mudanças no cenário externo – são empresas geradoras de caixa, como concessionárias de rodovias e geradoras de energia, entre elas a Axia Energia (a antiga Eletrobras) e a Eneva.

Os fundos também investem em Rede D’Or, que Andrade vê como a vencedora no rearranjo do setor de saúde. “Está cara e vai continuar cara, na nossa visão.”

Em bancos, a casa está long em Bradesco e short em Banco do Brasil. 

A Vinland também pretende lançar mais dois fundos este ano: um long & short com volatilidade entre 6% a 8% (acima da faixa entre 4% e 6% do produto atual), voltado para investidores institucionais; e um fundo de previdência long & short.

“Os long & short se mostraram produtos vencedores no Brasil porque permitem navegar períodos de alta volatilidade e gerar retorno na alta e na baixa,” disse Andrade.