A ação da Natura&Co está tendo um dia nervoso, com um block trade aumentando a liquidez do papel em meio à expectativa de um anúncio iminente da venda da Aesop – que o mercado especula será avaliada em US$ 2,5 bilhões.
As ofertas não-vinculantes pela Aesop indicaram o interesse de diversos players estratégicos e financeiros, mas o prazo para a entrega das ofertas vinculantes ainda não chegou, tornando a transação menos iminente do que o mercado acredita, diversas fontes envolvidas com o assunto disseram ao Brazil Journal.
Segundo essas fontes, a única coisa decidida até agora é que a Natura venderá mais de 50% do capital da Aesop, mas não decidiu ainda se venderá 100%.
Por volta das 15:30h, o volume negociado era de R$ 600 milhões – pouco mais que o dobro da média diária de R$ 286 milhões – impactado por um investidor internacional que colocou à venda um lote de R$ 300 milhões, com a preponderância de um grande fundo local na compra via corretora Itaú.
A ação tem tido uma volatilidade espetacular nos últimos dias, em grande parte pelo envolvimento de hedge funds operando uma estratégia ‘event-driven’ – ou seja, tentando capturar o impacto da notícia da venda da Aesop, que poderia transformar a Natura&Co em caixa líquido.
A empresa hoje tem dívida líquida de R$ 7,4 bi, o equivalente a 3,5x EBITDA.
Meses atrás, quando o processo de venda começou, a expectativa de preço pela Aesop era de US$ 1 bilhão. Mas o ativo imediatamente atraiu diversos interessados – incluindo a L’Oréal, L’Occitane, Shiseido e fundos de private equity internacionais. Com a transação ficando hot, a expectativa de preço subiu, atraindo os hedge funds para o papel.
Quando a Natura reportou resultados ainda fracos na terça-feira – um prejuízo que somou quase R$ 1 bi – o fundamento atropleou os momentum players, potencializando a queda do papel para 17,5% depois da companhia reportar resultados abaixo das expectativas do mercado.
Morgan Stanley e Bank of America estão trabalhando na transação.
Uma fonte que afirma ter conhecimento do assunto disse que o management da Aesop prefere que a venda seja para a L’Oréal em vez de players de private equity, mas a L’Oréal seria o player que oferece o valuation mais baixo.