David Vélez disse numa entrevista à Bloomberg hoje à tarde que vendeu 3% de sua participação no Nubank, levantando US$ 191 milhões.
A venda – de 25 milhões de ações – foi feita para financiar a fundação que Vélez tem com sua mulher, Mariel Reyes, e que é focada em iniciativas de educação e liderança.
“Eu não queria fazer isso até termos removido várias dúvidas importantes no Nubank: ‘Vocês vão conseguir dar lucro um dia?’, ‘Conseguem continuar crescendo?’ E os últimos três trimestres foram fenomenais,” disse o fundador do Nubank. “Então agora estou tirando 3% das fichas de cima da mesa para começar a aumentar os investimentos do outro lado da grande missão que nos motiva hoje.”
A venda vem num momento em que o Nubank tem submetido os céticos a um exercício de humildade.
Na esteira de resultados acima do consenso, a ação do banco sobe 50% nos últimos 12 meses, dando à empresa um valor de mercado de US$ 36 bi — aproximando-se do preço do IPO, quando o banco do cartão roxo foi avaliado em US$ 41 bi.
A venda das ações, realizada hoje, vem um dia depois do Nubank reportar um resultado do segundo tri que superou as expectativas dos analistas, com a companhia entregando um lucro líquido de US$ 225 milhões e um ROE de 17%.
Vélez tem um patrimônio estimado em US$ 7,8 bilhões, segundo a Bloomberg. O empresário detém 75% do capital votante do Nubank e, após a venda de hoje, 21% do capital total.
Pouco antes do IPO, a família Vélez se juntou ao empresário Elie Horn, da Cyrela, como os únicos signatários da The Giving Pledge na América Latina – comprometendo-se a doar, ainda em vida, a maior parte de sua fortuna para a filantropia.
A fundação do casal, a VelezReyes+, trabalha em causas ligadas à educação no Brasil, Colômbia e Peru.