O UOL pode embolsar até US$ 1,3 bilhão com o IPO da sua controlada PagSeguro se a oferta for precificada no topo da faixa e houver demanda pelo lote suplementar. 

A empresa de meios de pagamentos, joia da coroa do grupo, começou hoje em Nova York o roadshow para listar suas ações na NYSE, mirando um intervalo de preço entre US$ 17,50 e US$ 20,50 por ação. A precificação está prevista para o dia 23.

No piso da faixa, a oferta movimentaria US$ 1,6 bilhão e, no topo, US$ 1,9 bilhão. Das 92,1 milhões de ações que serão vendidas, 47% são novos papéis que vão levantar capital para a companhia e 53% são ações vendidas pelo UOL. Se alocado, o greenshoe – um lote que aumentaria o número de ações da oferta em 15% – também vai integralmente para o bolso dos controladores.

Considerando apenas o lote inicial, a participação do UOL deve cair de 100% para 69,4% e outros 0,6% ficam nas mãos de executivos da companhia. O free-float será de 30%.

O roadshow passará por Boston, Baltimore, São Francisco, Los Angeles, San Diego e Londres, além de Rio e São Paulo. Participam das reuniões o CEO da PagSeguro, Ricardo Dutra, o CFO Eduardo Alcaro, o CIO Marcio Drumong e o RI Andre Cazotto. Luís Frias, chairman do Grupo Folha e do UOL (de quem a Folha também é o principal acionista) também integra a comitiva. 

A oferta é coordenada por Goldman Sachs e Morgan Stanley. Fazem parte ainda do sindicato Itaú BBA, BofA Merrill Lynch, Bradesco BBI, Credit Suisse, Deutsche Bank e JP Morgan. 

O UOL tem como acionistas a Folhapar, holding da família Frias, dona de 64,4%; o empresário João Alves de Queiroz Filho, o ‘Júnior’, controlador da Hypermarcas e dono de 15%; um grupo de empresários mexicanos sócios de Júnior na Hypermarcas, com outros 10,8%; e o BTG Pactual, que tem 6,4%.

Para o UOL, o IPO da PagSeguro marca uma volta ao mercado de capitais apenas seis anos depois de fechar seu próprio capital. Em dezembro 2005, os Frias listaram o UOL na Bovespa a R$ 18 por ação; seis anos depois, fecharam o capital da empresa pagando R$ 19,50 por ação. Agora, decorridos outros seis anos, tentam monetizar o ativo que mais cresce no grupo.