A unico, a líder em identidade digital no Brasil, acaba de fazer uma aquisição para adicionar mais uma camada de proteção anti-fraude a seu produto – e potencialmente aumentar a fidelização e monetização de sua base. 

A unico está pagando R$ 150 milhões pela MakroSystems, com parte relevante do pagamento em ações. 

Fundada em 2006, a MakroSystems nunca fez uma rodada e era controlada por seus dois fundadores — Alex Nunes e Christian de Jongh — que agora se tornarão sócios e executivos da unico.

11153 ed4f0e69 cf80 d1db 0062 5c16ddf5e2b7A aquisição é a primeira desde que a unico levantou US$ 100 milhões numa rodada liderada pela Goldman Sachs que a avaliou em US$ 2,6 bi. 

Nos últimos anos, no entanto, a unico já fez diversos M&As, comprando a Arkivus em 2017, e a Meerket e a CredDefense no ano passado, por exemplo. 

O fundador Diego Martins disse ao Brazil Journal que está em conversas com outras startups no Brasil e no exterior — em países como Estados Unidos e México — e que o foco dos próximos M&As será internacionalização e fortalecer seus outros produtos, como o Unico People, voltado ao RH. 

Hoje, o Unico Check (a solução de autenticação com biometria) ainda é o principal produto em termos de receita — mas a fatia vem diminuindo trimestre a trimestre. 

A compra da MakroSystems foi originada por um dos bancos de investimento que atende a unico — que já usava a solução e enxergou sinergia entre as duas empresas.  

“Temos dois grandes objetivos [com essa aquisição]: colocar uma camada adicional de proteção, tornando o Unico Check mais robusto; e nos tornar cada vez mais uma empresa de engenharia, com tecnologias de ponta,” disse Diego, que também é o CEO da empresa. 

Todas as soluções da MakroSystems são voltadas para o setor financeiro. A companhia – que atende nove clientes, incluindo o Santander e o C6 – fornece camadas de proteção para a validação das transações financeiras  dentro dos aplicativos dos bancos.

Basicamente, o software da MakroSystems tenta identificar ações que fujam do padrão — por exemplo, alguém tentando fazer transações pelo PC emulando o app. Ao identificar essas ações, o sistema bloqueia a transação.

“São camadas de proteção bem profundas que vão se somar às proteções que já temos com a biometria.”

Segundo Diego, a ideia é fazer a convergência das duas tecnologias num único produto. Ainda não está definido, no entanto, se isso vai implicar um aumento no preço da assinatura ou se será apenas uma forma de entregar mais valor aos clientes, aumentando a fidelização. 

Ele disse que a transação teve um elemento importante de ‘acqui-hire’. “Ficamos bem impressionados com a qualidade do time técnico. São desenvolvedores com plenas condições de trabalhar numa Apple ou num Google.”