A UnblockPay – uma fintech de transferências globais com o uso de stablecoins – está finalizando uma rodada de seed que deve levantar entre US$ 3 milhões e US$ 4 milhões.
Fundada este ano por ex-sócios da Stone e da NG.Cash, a plataforma já atraiu clientes como o Mercado Bitcoin e recebeu um aporte pre-seed de R$ 3 milhões – parte da Alliance, a maior aceleradora cripto do mundo, e parte de dois investidores-anjo.
Conectando os sistemas de pagamentos locais com a infraestrutura cripto, a UnblockPay permite realizar transações internacionais entre stablecoins e moedas fiduciárias. Em termos práticos, numa remessa do Brasil para os EUA, os reais viram stablecoins, que depois viram dólares na outra ponta.
É um sistema análogo a um banking as a service para stablecoins, Lucca Freire, o CEO e cofundador da UnblockPay, disse ao Brazil Journal.
A plataforma simplifica a movimentação global de dinheiro. Permite que as empresas integrem carteiras digitais e fluxos de pagamento internacionais sem a complexidade do sistema financeiro tradicional.
O seu principal serviço é uma API que converte stablecoins em moedas fiduciárias locais e vice-versa, de maneira instantânea e com um custo mais baixo que as transferências tradicionais.
“Um dos objetivos é ajudar as novas fintechs a oferecer conta em dólar para os clientes finais,” disse Lucca.
A startup já consegue atender clientes no México e na Colômbia, além do Brasil. O Mercado Bitcoin, por exemplo, usa a plataforma para disponibilizar um serviço B2C semelhante ao Wise.
“A nossa infraestrutura simplifica a dolarização de patrimônio e pagamentos internacionais, funcionando como um verdadeiro Pix global,” disse Fabio Thiele, cofundador e COO. “Transferir dinheiro para qualquer lugar do mundo torna-se tão simples quanto enviar uma mensagem de texto.”
A origem da startup remonta a um projeto acadêmico de empreendedorismo na incubadora na PUC-Rio, inicialmente concebido como um aplicativo de compra e venda de bitcoins.
Dali saíram alguns negócios, entre eles a fintech NG.Cash, que tem como público-alvo os jovens da geração Z. Outro filhote foi a Trampolin, uma plataforma de banking as a service que começou atendendo influenciadores digitais. Em 2021, a tecnologia foi comprada pela Stone.
Lucca participou da fundação dos dois negócios, e depois da venda da Trampolin foi para a Stone. Lá liderou o desenvolvimento de APIs para contas digitais, Pix e Open Finance. A experiência com a escalabilidade de sistemas de pagamentos levou à criação da UnblockPay.
O CTO da startup, Pedro Henrique Braz, é outro ex-Stone e ex-Trampolin. Já Fabio trabalhava até recentemente na área de M&A do BNP Paribas.
Os fundadores da UnblockPay aguardam a regulamentação das stablecoins no Brasil, que deverá ser divulgada em breve pelo Banco Central. É a peça que falta para atrair mais clientes e alavancar o escopo das transações.
“O avanço do marco regulatório cria uma confiança institucional que vai mexer no ponteiro,” disse Lucca. “Vai trazer legitimidade.”