O CEO da Ultrapar, Thilo Mannhardt, vai deixar o cargo e será substituído por Frederico Curado, CEO da Embraer entre 2007 e 2016.

A troca de comando vai acontecer em 2 de outubro.

Frederico começará a trabalhar na empresa em julho, como parte de sua transição. Thilo ficará lá até o fim de dezembro para conclui-la.

Thilo, um consultor que havia feito carreira na McKinsey quando substituiu Pedro Wongtschowski, “formalizou ao Conselho de Administração sua decisão de não renovar seu contrato com a Companhia,” a Ultrapar disse em nota ao mercado.

 
No comando desde janeiro de 2013, Thilo pôs o caixa da empresa para trabalhar numa série de aquisições, como a da Chevron Lubrificantes, da Liquigás e da Ale Combustíveis (as duas últimas aguardando aprovação do CADE), e avalizou a entrada da Ultrapar no negócio de drogarias com a compra da rede Extrafarma em outubro de 2013.

Engenheiro formado pelo ITA, Curado passou toda sua vida profissional na Embraer — 32 anos, 22 dos quais em cargos de diretoria. Sua saída, anunciada repentinamente em junho do ano passado, pegou o mercado de surpresa.

Nos nove anos em que esteve à frente da Embraer, Curado levou a empresa da quarta à terceira colocação entre os maiores fabricantes de aviões, ultrapassando a Bombardier. Enfrentou uma das maiores crises da indústria aeronáutica, duramente afetada pela depressão global a partir de fins de 2008. As vendas de jato executivo despencaram. 
 
No ano seguinte, Curado demitiu mais de 4 mil funcionários e — seguindo o rito da época — teve que ir a Brasília se explicar para o presidente Lula. Apesar do episódio ter provocado uma crise de imagem para a Embraer, saiu do Planalto vitorioso, com a promessa de que a Aeronáutica iria bancar o desenvolvimento do cargueiro KC-390 — hoje uma das principais apostas da Embraer. 
Mas veio também da área de defesa uma das maiores dores de cabeça do executivo.
 
Em outubro, a Embraer concordou em pagar US$ 205 milhões para resolver acusações de corrupção em vendas para a República Dominicana, Arábia Saudita e Moçambique.

O acordo com as autoridades prevê o pagamento de US$ 107 milhões ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos e uma multa adicional de US$ 98 milhões à Securities and Exchange Commission (SEC). A Embraer também se comprometeu a pagar US$ 20 milhões às autoridades brasileiras, mas o montante será deduzido da parte da SEC.