Os EUA “são mais do que uma nação – são uma marca universal. E nós estamos erodindo essa marca,” disse Ken Griffin, o mais recente titã de Wall Street a criticar a Casa Branca.

Apoiador histórico do Partido Republicano e eleitor de Donald Trump na última eleição, o fundador e CEO da Citadel criticou a guerra tarifária e afirmou que as medidas econômicas do Presidente podem ameaçar a credibilidade dos títulos do Tesouro americano.

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“Nos mercados financeiros, nenhuma marca se compara com a marca dos Treasuries e com a força do dólar,” disse o executivo. “Nós colocamos em risco essa marca sem igual.”

As declarações de Griffin foram feitas durante um painel no World Economy Summit, do Semafor, hoje em Washington. A Citadel, sua gestora, é uma das maiores dos EUA, com US$ 65 bilhões em ativos.

“O Presidente, o secretário do Tesouro e o secretário do Comércio precisam ser muito cuidadosos quando se tem uma marca, precisam se comportar de maneira respeitosa com essa marca,” comentou Griffin. “Se essa marca for manchada, pode levar uma vida inteira para reparar o estrago causado.”

Griffin apoiou, com ressalvas, as políticas de controle de gastos públicos e de combate à imigração ilegal.

“O Presidente Trump tem um senso incrível a respeito de onde estão os problemas,” disse. “Mas estamos andando rápido demais, de maneira estabanada, e estamos quebrando muitas coisas tentando resolver problemas reais.”

Segundo Griffin, as “pessoas não vão sair correndo para construir fábricas nos EUA. A volatilidade nas políticas enfraquece o próprio objetivo que estão tentando alcançar.”

Indagado sobre se vê oportunidades na atual conjuntura, Griffin respondeu que “pouquíssimas pessoas pulam de alegria quando o bolo está encolhendo rapidamente.”

“Uma em mil? Uma em um milhão? Ninguém sai ganhando em um cenário desses,” comentou. “Então a resposta é ‘não’. Não há oportunidades quando o bolo está encolhendo rapidamente. Tudo o que você deve fazer é se manter na água sem se afogar.”