A Traive — uma fintech que conecta o mercado de capitais com o de crédito agrícola — acaba de levantar U$ 10 milhões numa rodada liderada pela Basf Venture Capital, o braço de investimentos de VC da multinacional de defensivos.
A startup fundada pelo casal Fabricio e Aline Pezente já havia levantado US$ 17 milhões na Série A, em 2021, da qual participaram Syngenta, Minerva, Serasa, Astella, SP Ventures e Tiger Global.
A rodada de hoje é uma “pré-série B”, uma vez que a diluição do capital da fintech só será confirmada na composição efetiva de uma futura série B.
A Traive nasceu literalmente dentro do MIT. Em uma temporada de estudos na universidade americana, em 2017, Fabricio (ex-Credit Suisse) e Aline (ex-Cargill) começaram a rascunhar a ideia de como conectar de forma mais eficiente quem fornece crédito com quem precisa do dinheiro, digitalizando a jornada do crédito agrícola.
Na prática, a tecnologia da startup permite que empresas de defensivos, revendas, cooperativas e tradings façam a análise, registro, gestão e comercialização de seus créditos em uma única plataforma. Por meio de modelos de inteligência artificial desenvolvidos pela Traive, também é feita a avaliação de risco em tempo real da carteira de crédito das empresas da cadeia do agro.
“Com menor assimetria de informações, bancos e gestores poderão tomar decisões mais precisas, reduzindo custos e mitigando riscos financeiros. Ou seja, acreditamos que a solução irá ajudar na redução da taxa de juros e no aumento da concessão”, Fabricio, que atua também como CEO, disse ao Brazil Journal.
Para a Basf, se tornar sócia da startup permite um olhar diferente sobre a cadeia de fornecimento no agronegócio brasileiro. “Apostamos muito na digitalização da agricultura, o que trará impacto para toda a cadeia de valor, desde a indústria até o agricultor passando por toda a rede de varejo e distribuição. Há um grande potencial de sinergia juntos”, diz Karime Hajar, gerente de investimentos da Basf Venture Capital na América do Sul.
É o primeiro investimento direto da divisão de capital de risco da multinacional na região, que desde sua criação em 2001 só havia investido na América do Sul por meio de fundos. No Brasil, a companhia investiu US$ 4 milhões, em 2019, em um fundo de agtech administrado pela SP Ventures.