O TotalPass — a plataforma de benefícios de wellness da SmartFit — deve se tornar um novo vetor de crescimento para a rede de academias e já pode valer sozinha um NPV de R$ 1,5 bilhão.

Esta é a visão do Citi, que publicou hoje um relatório destrinchando o negócio da TotalPass e suas oportunidades de crescimento.

“Baseado em assinaturas e tecnologia, [o TotalPass] pode oferecer um novo vetor de crescimento que vai além da consolidação do mercado de academias de alto valor e preço baixo na América Latina. Por isso merece uma análise mais detalhada,” escreveu o analista João Pedro Soares.

Na prática, o TotalPass é um concorrente direto da WellHub (a antiga Gympass). Ele fecha contrato com empresas, que passam a oferecer acesso à plataforma como um benefício aos funcionários.

Na plataforma, os funcionários podem agendar as atividades esportivas, de aulas de spinning a pilates.

“À medida que mais clientes corporativos inscrevem seus funcionários, a plataforma ganha uma base de usuários maior e mais engajada, o que atrai mais prestadores de serviços de bem-estar e melhora a experiência do usuário, aumentando assim sua atratividade para potenciais clientes corporativos,” escreveu o analista. 

“Além da rede diferenciada e dos relacionamentos corporativos já estabelecidos, é praticamente impossível replicar a rede interna de academias do TotalPass dada sua integração com a SmartFit.”

Segundo o Citi, à medida que os clientes corporativos se acostumam com a plataforma e a integram aos seus pacotes de benefícios, os custos de troca aumentam. “Essa fidelização natural dos clientes permite futuros aumentos de preço.”

O Citi disse que inicialmente havia subestimado o potencial de crescimento e diversas fortalezas da plataforma.

“Quando começamos nossa cobertura, o TotalPass era uma plataforma pequena, com uma contribuição mínima na receita e um disclosure limitado,” diz o relatório. “No entanto, os resultados do segundo tri mostraram um impacto significativo, com a companhia confirmando que o TotalPass levou a um crescimento de cerca de 500 basis points no tíquete de SmartFit Brasil.”

O Citi estima que o TotalPass possa ultrapassar os 7 milhões de usuários nos próximos cinco anos e atingir um lucro bruto de R$ 1 bilhão (8% da receita líquida da SmartFit).

Com base no múltiplo EV/vendas de única empresa listada que opera nesse modelo (a Benefit System), o Citi estima um NPV de R$ 1,5 bilhão para o TotalPass — cerca de 10% do market cap atual da SmartFit.

No relatório, o Citi elevou sua projeção para as receitas de 2026 e 2027 em 2% e 3%, por conta de uma maior receita do TotalPass, mas manteve seu preço-alvo para a ação em R$ 32 — um upside potencial de cerca de 30% em relação ao preço de tela.

A SmartFit vale R$ 15,2 bilhões na Bolsa, com o papel negociando ao redor de R$ 25.