O Tommasi — o maior laboratório de análise clínica do Espírito Santo — acaba de adquirir o Labormed, ampliando sua presença no Rio de Janeiro, um mercado amplamente dominado pela Dasa e Fleury.
A aquisição foi de 100% do capital do Labormed, que tem 55 unidades de análise clínica em 11 municípios do Rio, incluindo a capital e cidades como Niterói e São Gonçalo.
O valor da aquisição não foi revelado, mas o CEO Bruno Tommasi disse que a transação foi a maior da história do laboratório, que tem 63 anos e começou a adotar uma estratégia agressiva de M&As em 2022 em 2022.
De lá para cá foram 11 aquisições, todas no Espírito Santo e Rio de Janeiro.
No Rio, o Tommasi já havia adquirido o Morales e o VYP, duas redes com forte operação em Niterói, São Gonçalo e Maricá e focadas em clientes de baixa renda, atendendo planos de saúde mais acessíveis.
“Com essa aquisição, já viramos o maior player de análise clínica do lado de lá da ponte, na região de Niterói e São Gonçalo,” Bruno disse ao Brazil Journal. “O Labormed era o último grande ativo no Rio e tem uma operação muito robusta e uma boa rentabilidade.”
Bruno estima que o Tommasi seja hoje o terceiro maior player do Rio, atrás apenas da Dasa e Fleury. Nacionalmente, ele estima que a rede está nos top 10.
As conversas entre as duas empresas começaram há um ano, com o Tommasi abordando a Labormed. A JGP assessorou o Tommasi na operação.
Fundado há mais de 60 anos por Henrique Tommasi, o pai de Bruno, o Tommasi começou a fazer M&As como um movimento defensivo, depois que o Fleury comprou dois dos seus principais concorrentes no Espírito Santo.
“Mas já nas primeiras aquisições percebemos o quanto de valor conseguíamos gerar para as empresas adquiridas. Isso nos encorajou a avançar para além do Espírito Santo,” disse Bruno.
Segundo ele, há outros ativos no pipeline, e o Tommasi ainda tem fôlego para mais aquisições.
Até agora, todas as transações têm sido financiadas com o caixa da empresa, que tem zero de dívida. A família também mantém 100% do capital e não tem planos de vender ou se diluir.
Bruno disse que durante a pandemia o Tommasi conseguiu gerar muito caixa por conta das vendas de vacinas e da alta demanda do período.
“Acumulamos um caixa muito robusto nesse período e estamos investindo todo ele em crescimento. Com essas 11 aquisições, ainda não usamos todos os recursos,” disse ele.
Com a aquisição de hoje, o Tommasi passa a ter 200 unidades em 18 municípios do Espírito Santo e do Rio de Janeiro. A companhia não abre a receita, mas diz que ela se multiplicou por 5 vezes desde o início de 2022. Participantes do mercado estimam que o laboratório fature de R$ 350 milhões a R$ 450 milhões.
Bruno disse que não avalia nenhum movimento de private equity na empresa, e que uma fusão com um concorrente de mesma escala também não está no radar.
“Somos uma empresa familiar e queremos continuar assim. Além disso, ainda tem muita criação de valor que podemos gerar no curto e médio prazo,” disse ele.