A Telefônica Brasil e a TIM manifestaram interesse formal em comprar a operação móvel da Oi, dando ignição a um processo que deve ser chave para o turnaround financeiro da companhia. Correndo por fora, a Claro também apresentou uma proposta.

O setor de telecom há muito trabalha com a hipótese de um fatiamento da Oi em três partes, e o interesse das três concorrentes já era conhecido. 

Mas agora, a aliança entre espanhois e italianos pode significar um leilão menos aquecido, já que uma empresa sozinha estouraria concentrações de espectro e market share em diversas regiões, o que provavelmente não seria permitido pelo CADE.

As duas empresas disseram ao Bank of America Merrill Lynch, o assessor financeiro da Oi, que querem “iniciar tratativas com vistas a uma potencial aquisição … no todo ou em parte, de modo que, no caso de concretização da operação, cada uma das interessadas receberá uma parcela do referido negócio.” 

A Oi Móvel tem 16,2% do mercado de celulares do País, contra 33% da Vivo; Claro e TIM têm cada uma cerca de 24%.

A companhia tem quase 35 milhões de clientes, sendo 25,6 milhões no pré-pago e 9 milhões no pós-pago, e teve uma receita líquida de R$ 5,2 bilhoes nos nove primeiros meses do ano passado.  A empresa tem feito um esforço para aumentar sua base de pós-pago, e foi a que mais cresceu no segmento em 2019.

A união de Telefonica e TIM acontece meses depois das duas empresas celebrarem um grande contrato de compartilhamento de rede. 

Às vésperas do Natal, as duas companhias assinaram dois contratos.  Um trata da criação de uma rede móvel 2G única abrangendo 2,7 mil cidades onde as duas operadoras têm cobertura. O acordo permitirá que as companhias desativem estações-radiobase sobrepostas.  O outro contrato forma uma rede única para compartilhamento de infraestrutura 3G e 4G em cidades com menos de 30 mil habitantes.
 
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