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Num estudo divulgado na semana passada, a corretora Piper Jaffray mostrou a perda de tráfego que os shopping centers estão enfrentando nos EUA e como isso tem afetado as empresas que vendem roupas para adolescentes, como a Abercrombie & Fitch, American Eagle e GAP.

Na pesquisa com 7.500 adolescentes com idade média de 16,4 anos, chamada “Taking Stock with Teens” (algo como: Entendendo os adolescentes) e feita duas vezes por ano, a Piper Jaffray diz que os adolescentes americanos não querem mais passar o dia nos shoppings; em vez disso, estão gastando mais em restaurantes e outras “experiências”.

A corretora estima que o tráfego de adolescentes nos shoppings americanos caiu 30% ao longo dos últimos dez anos. “É cada vez mais evidente que os adolescentes estão procurando o que querem pelas plataformas móveis [celular e tablets] … e visitando o shopping menos em busca de entretenimento”, diz o estudo.

Pela primeira vez desde que o estudo começou a ser feito, há 13 anos, os adolescentes gastam mais dinheiro com comida do que com roupas. Essa tendência é ainda mais acentuada entre os teens com maior poder aquisitivo.

Há vários motivos para o ocaso dos shopping centers na terra onde eles nasceram. Um deles, diz a Piper Jaffray, é que os shoppings se tornaram caros quando comparados às compras online (Nota para as empresas: seguranças mal encarados também não ajudam a fidelizar os teens). Como resultado, muitas marcas de roupas de adolescentes têm fechado lojas.

Em vez de ir aos shoppings e gastar com roupas de marca, os jovens americanos estão preferindo gastar com a “experiência” de jantar fora com os amigos. “Achamos que os restaurantes serão o local favorito dos jovens para passar o tempo”, diz o relatório.

“No Brasil, os shoppings estão apostando em restaurantes na composição do mix”, diz um analista do setor em São Paulo. “Se a tendência dos EUA vier para o Brasil, os shoppings não terão problemas. E talvez nem os varejistas, pois segundo a lógica, se o shopping tiver fluxo, todo mundo se beneficia”.