Apesar de ter tido um 2013 muito bom, revertendo o prejuízo do ano anterior, a Tecnisa segue muito endividada.
A expectativa dos acionistas é de que a empresa use todo o seu fluxo de caixa livre deste ano — R$ 500 milhões numa estimativa de consenso — para reduzir seu endividamento líquido, que estava em R$1,9 bilhão no fim do ano passado.
Hoje, a Tecnisa tem uma dívida líquida equivalente a 122% de seu patrimônio líquido, um nível similar à Brookfield, PDG Realty e à Rossi, as empresas com as piores performances operacionais do setor.
A decisão de como alocar o caixa caberá ao controlador da empresa, Meyer Joseph Nigri, mas os acionistas minoritários já fizeram saber que a redução da dívida é prioridade. “Se a Tecnisa usar esses R$ 500 milhões para pagar dívidas, a estrutura de capital da empresa melhora substancialmente”, diz um analista que acompanha o setor.
Os minoritários recentemente elegeram dois membros para o conselho de administração. Rogério Calderón, que foi RI do Itaú, e Luis Felipe Amaral, gestor da Equitas. No final de fevereiro, a Squadra Investimentos, gestora carioca que administra cerca de R$ 5 bilhões, anunciou ter acumulado uma participação de 10,16% na Tecnisa.
Mas nada se compara à confiança que o próprio Nigri tem demonstrado em relação à empresa. Desde outubro de 2011, quase todos os meses Nigri tem comprado mais ações da Tecnisa no mercado. De lá para cá, ele já gastou mais de R$ 70 milhões, o equivalente a 5% do capital da empresa, segundo dados da CVM, frequentemente pagando acima de R$8,00. A ação negocia hoje por volta de R$7,30.
Em março, a Tecnisa disse num comunicado ao mercado que Nigri tinha 54,6% das ações da companhia.