A SWAP — a startup de banking as a service que ajuda empresas a criar soluções financeiras — acaba de levantar US$ 25 milhões numa rodada liderada pela Tiger Global.

A capitalização (R$ 135 mi, ao câmbio de hoje) vem num momento em que a fronteira entre os serviços financeiros e outros segmentos está cada vez mais tênue, com praticamente toda empresa planejando adicionar algum componente de fintech em seu negócio.

11064 ef7b2675 56fb c9e9 0bed 0100825516f8A rodada Série A também teve a participação do Endeavor Scale Up Ventures; do cofundador do Tinder, Justin Mateen; e do managing director do DST, Rahul Mehta — além dos fundos que já haviam investido na SWAP antes: ONEVC, Flourish Ventures, GFC, Soma Capital e FJ Labs.

A SWAP permite que uma nova empresa de food delivery, ride sharing ou benefícios, por exemplo, crie rapidamente sua própria wallet, emita seu cartão ou ponha no ar seu banco digital. A startup cuida de toda a infraestrutura necessária para colocar de pé essas operações, deixando que o cliente se preocupe apenas com a interação e experiência do usuário.

A SWAP já atende 30 empresas que somam mais de 300 mil usuários de serviços financeiros. No mês passado, o annual recurring revenue (ARR) atingiu cerca de US$ 2 milhões.

Por enquanto, a SWAP está focando em criar soluções para dois segmentos: empresas de benefícios flexíveis, uma vertical que ela chama internamente de ‘multiflex’; e companhias que operam com crédito, a vertical de ‘float’.

“Nos benefícios flexíveis, fazemos a emissão dos cartões com nossa processadora e cuidamos de toda a infraestrutura das contas e da transferências de um benefício para outro,” Douglas Storf, o CEO e cofundador da SWAP, disse ao Brazil Journal. “No ‘float’, a gente tem atendido muitas empresas interessadas em oferecer o modelo de buy now pay later [o bom e velho crediário].”

Para evitar o trabalho de ter que se integrar direto com o checkout das varejistas, a SWAP criou um modelo no qual seus clientes emitem um cartão pré-pago virtual que viabiliza a operação de parcelamento.

Na prática, quando um cliente quiser fazer uma compra no crediário usando a solução de uma empresa cliente da SWAP, ele vai receber um número de cartão que será válido apenas para aquela compra — e que vai permitir pagar parcelado.

Outro produto dessa vertical é uma wallet virtual que permite que o usuário receba o valor de um empréstimo contratado com um cliente da SWAP diretamente lá e possa usar para fazer compras — sem precisar passar por uma conta bancária.

A SWAP já atende startups como a A55, MoneyPlus, e a Vee Benefícios (recentemente adquirida pela francesa Swile).

A capitalização — que cobre as necessidades de caixa da startup por 18 a 24 meses — vai ser usada para aprofundar a atuação da SWAP nessas duas verticais (aumentando o número de clientes e o escopo de serviços); bem como para entrar em novas e começar um movimento de internacionalização.

“Já temos clientes tanto na nossa base como potenciais que demandam uma presença na América Latina,” disse Douglas.

O plano é começar esse movimento apenas com a processadora de cartões, que não demanda uma licença específica para cada país. A SWAP precisa apenas habilitar o novo mercado junto à Mastercard.