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A Linx e a Stone anunciaram uma combinação de negócios, uma transação de méritos tão óbvios que há de se perguntar por que não foi feita antes.

 

10559 d61203cf 6df6 8c73 a625 19cdc9508ab4A Stone está pagando R$ 6,04 bilhões pela Linx 90% em cash e 10% em ações e vai emitir US$ 1 bilhão em novas ações para financiar a compra.

 

O valor embute um prêmio de 30% sobre o valor de mercado da Linx no fechamento de ontem.

 

A transação une uma empresa de software de gestão para o varejo que recentemente entrou em meios de pagamento com uma adquirente que estava avançado na cadeia de valor do lojista entregando outras soluções — incluindo softwares de gestão.


“Juntas, elas têm potencial de arrebentar com o mercado,” diz Edson Santos, um especialista em meios de pagamentos com mais de 30 anos de mercado.

 

A Linx anunciou no final da manhã que estava “em tratativas finais” com a Stone, e o papel não parou de subir. No final do dia, fechou em alta de 31,5% — em linha com o prêmio que está sendo pago.

 

Em Nova York, a Stone subiu 11% para um novo all-time high e agora vale US$ 14,5 bilhões. 

 

Os fundadores da Stone, André Street, e da Linx, Alberto Menache e Nércio Fernandes, já haviam conversado algumas vezes sobre os méritos de uma fusão, mas o assunto nunca havia prosperado. Há cerca de um mês, o CEO da Stone, Thiago Piau, procurou a Linx com um desenho mais avançado. 

 

Segundo uma pessoa a par das negociações, a Stone chegou a considerar o mesmo movimento com a TOTVS, mas preferiu focar na Linx porque sua base de clientes é mais parecida com a da Stone. 


A Linx entrou em meios de pagamento em final de 2018, quando lançou a Linx Pay. No início deste ano, avançou na estratégia ao comprar a PinPag, pagando R$ 135 milhões por uma subadquirente que processa R$ 3 bilhões por ano.


Hoje, a Linx tem uma parceria comercial com a Rede, do Itaú, pela qual recebe uma remuneração quando seu cliente adota o serviço da Rede. 

 

Para a Cielo, a valorização da Stone na Bolsa pode dificultar ainda mais uma fusão entre as duas companhias, que têm sido objeto de especulação do mercado há mais de um ano.

 

Goldman Sachs assessorou a Linx.

 

JP Morgan e Morgan Stanley assessoraram a Stone. 

 

Spinelli, Mattos Filho e Davis Polk foram assessores jurídicos da Stone.

 

Pinheiro Neto Advogados e White & Case trabalharam para a Linx.