A Stone reportou mais um trimestre de crescimento tanto na adquirência quanto em serviços financeiros, continuando a entregar o plano estratégico desenhado no fim do ano passado.
O lucro líquido aumentou 54% no segundo trimestre frente ao mesmo período de 2023 e chegou a R$ 497 milhões – acima do consenso de R$ 491 milhões; alguns bancos, como o BTG Pactual, tinham uma projeção menor, em torno de R$ 470 milhões.
O EBT cresceu 46% na mesma base de comparação para R$ 652 milhões, e ficou cerca de 4% acima da expectativa. A receita teve expansão de 8,5%, para R$ 3,2 bilhões, em linha com o esperado.
“Nosso foco é na execução e na consistência de resultados,” o CEO Pedro Zinner disse ao Brazil Journal. “Tivemos bastante progresso, especialmente em relação às prioridades para 2024.”
“Era um trimestre perigoso: o mercado queria ver se a empresa seria capaz de entregar bons números depois de um primeiro tri poluído por efeitos não-recorrentes, e isso aconteceu,” disse um analista do sellside.
O volume processado (TPV) cresceu 21,6% ano contra ano e 7,5% no trimestre. Entre micro, pequenas e médias empresas a expansão foi de 24,6% na comparação anual e de 7,2% na trimestral (excluindo PIX, houve alta de 17,4% e 4,7% respectivamente, em PMEs).
O take rate em PMEs foi de 2,54%, estável frente ao tri anterior e 7 basis points maior ano contra ano.
A carteira de crédito aumentou 32% na comparação trimestral, atingindo R$ 712 milhões (quase todo o volume, R$ 682 milhões, vem da linha de capital de giro, e o restante de cartões de crédito). Há um ano, o total estava em R$ 19 milhões.
A inadimplência aumentou de 1,5% para 2,6% tri a tri, mas isso era esperado em razão do crescimento da carteira. É um nível controlado.
A plataforma de banking chegou a 2,7 milhões de clientes ativos, uma alta de 62% frente ao mesmo período de 2023. Os depósitos aumentaram 65% na mesma comparação, para R$6,5 bilhões.
No plano estratégico, a Stone havia definido quatro segmentos prioritários para a implementação de cross-sell de serviços financeiros para clientes de software: postos de gasolina, varejo, farmácias e alimentação.
Os dois primeiros são os focos deste ano. “Estamos solidificando o modelo operacional para depois ampliarmos para os demais segmentos,” disse Lia Matos, a diretora de estratégia.
As despesas administrativas diminuíram 16% em relação ao mesmo período de 2023, com redução de provisões para remuneração variável e demissões na área de softwares, entre outros fatores.
“Com esses números, vemos uma boa tendência de aumento do lucro no terceiro e no quarto tri,” diz um analista.
A ação da Stone chegou a cair no after market após a divulgação do resultado, mas os analistas atribuem isso à baixa liquidez do papel e a um certo cacoete do mercado com fintechs.
“O investidor sempre espera aquela surpresa positiva. Quando vem em linha ou um pouco acima, o mercado devolve um pouco.”