O Grupo Soma acaba de lançar uma oferta de ações desenhada para financiar a compra da Cia Hering e deixar a companhia com um nível de endividamento tão confortável quanto uma calça baggy.
O Soma está vendendo 46 milhões de novas ações. No preço do fechamento de sexta-feira (R$ 16,30), a oferta levantaria R$ 750 milhões.
Os atuais acionistas terão prioridade na compra das novas ações em até 9,55% de sua posição atual. O período de subscrição vai de 13 a 16 de julho. Depois disto, a oferta será feita sob esforços restritos: pela regra 476 da CVM, 75 investidores institucionais poderão conversar com a companhia, e no máximo 50 poderão ser alocados. O pricing está marcado para o dia 20.
No final de abril, a Soma chegou a um acordo para comprar a Hering por R$ 5,1 bilhão, pagando 70% em ações e 30% em dinheiro. O closing da transação está previsto para a segunda quinzena de agosto.
A Soma está levantando capital por abundância de cautela.
Pessoas próximas à companhia dizem que o CEO Roberto Jatahy levou em conta o cenário macro incerto de 2022 bem como a necessidade de continuar investindo nas diversas avenidas de crescimento da companhia, tais como as lojas da NV e a Farm USA.
A oferta vai arredondar a estrutura de capital da Soma e deixá-la com um endividamento líquido ínfimo: cerca de 0,3x seu EBITDA de 2022, já colocando na conta os números da Hering.
Depois deste follow-on, a Soma ainda vai emitir 257,9 milhões de ações para os acionistas da Hering. Com isso, seu número de ações total vai subir de 485,6 milhões para 789,5 milhões. O free float deve subir de 37,8% para 43,2%.
Os coordenadores são Itaú BBA, Bank of America, BTG Pactual, Santander e XP.