A SmartFit acaba de fechar a aquisição da Velocity, o studio de spinning líder no Brasil com 82 unidades. 

A aquisição faz parte da estratégia da SmartFit de construir um ecossistema fitness, o que envolve a criação ou compra de studios boutique que agreguem à oferta da companhia.

Diogo Corona ok copiaA transação —antecipada pelo Brazil Journal semanas atrás — será paga 100% em dinheiro e avalia a Velocity a um enterprise value de R$ 183 milhões. 

A SmartFit está pagando um múltiplo de cerca de 18x lucro, dado que a Velocity fez uma receita líquida de R$ 35,3 milhões nos últimos 12 meses encerrados em abril, com um lucro líquido de R$ 10,1 milhões.

Para efeito de comparação, a própria SmartFit negocia na Bolsa a cerca de 24x o lucro dos últimos 12 meses.

A SmartFit tem cinco studios boutique em seu portfólio: o Race Bootcamp, focado em esteiras; o Vidya, de hot yoga; o One Pilates, de pilates; o Tonus Gym, de musculação em grupo; e o Jab House, de boxe.

No total, a companhia tem hoje 23 unidades com 60 studios (cada unidade pode ter mais de um studio). 

“A modalidade principal que faltava pra gente era o spinning,” Diogo Corona, o COO da SmartFit, disse ao Brazil Journal. “Achamos que esse mercado de studios é um mercado de winner takes all porque tem um fator de comunidade, de marca, que é muito forte. E no segmento de spinning já tem um vencedor claro no Brasil, que é a Velocity.”

A aquisição da Velocity também vai ajudar na oferta do TotalPass, a concorrente do Wellhub (a antiga Gympass) criada pela SmartFit que já tem mais de 20 mil academias externas cadastradas, além das marcas próprias do grupo. 

Até agora a Velocity está presente apenas no Wellhub, que responde por cerca de 15% do faturamento da rede. 

O projeto da Velocity nasceu em 2013 na cabeça de Shane Young, um neozelandês, e de Declan Sherman, um australiano que morou em Nova York, onde era um frequentador assíduo da Soul Cycle, a rede líder de spinning nos EUA. 

“Vimos que não tinha nada similar no mercado brasileiro e decidimos montar um business plan,” disse Shane.Os dois foram captar recursos no mercado e só abriram a primeira unidade em 2014, em São Paulo. O modelo de franquias começou em 2018, quando a expansão realmente decolou. 

Após a aquisição, o plano é acelerar ainda mais a expansão da Velocity. 

Shane – que vai continuar na SmartFit como executivo – disse ver espaço para 200 studios da Velocity no Brasil – e que depois a ideia é expandir para fora do País.

Hoje a rede já tem uma unidade em Barcelona, mas a ideia é entrar também na América Latina.

“Ainda tem espaço em São Paulo em algumas praças, mas grande parte dessa expansão vai ser em cidades onde ainda não atuamos,” disse ele. “A ideia também é acharmos sinergia dentro das operações: tem muitos franqueados dos studios deles que gostariam de ter uma Velocity. E tem muitos franqueados da Velocity que podem querer abrir uma Vidya, ou um Race Bootcamp, por exemplo.”

A aquisição é simbólica para a SmartFit. É o primeiro M&A da empresa em que ela vai manter a marca da rede adquirida. Desde o IPO, a companhia fez outros dois M&As, comprando a participação do seu sócio no Panamá e Costa Rica e de um sócio no Peru.

A companhia também fez um investimento minoritário na Sports World, comprando 19,5% da rede de academias listada na Bolsa do México. 

No segmento de studios boutique, Diogo disse que o benchmark da SmartFit é a Xponential Fitness, que tem uma proposta de studios premiums e um agregador – o XPass – que disponibiliza os studios aos clientes. A Xponential vale quase US$ 1 bi na Bolsa de Nova York.